Governo chileno anuncia Venezuela negou pouso de voo com migrantes venezuelanos expulsos do Chile e busca solução diplomática para o impasse.

O governo chileno enfrenta um impasse com a Venezuela devido à negativa do país em permitir o pouso de um voo com migrantes venezuelanos expulsos do Chile. A situação está gerando uma série de repercussões políticas e diplomáticas entre os dois países.

Este fato foi anunciado pela ministra do Interior e Segurança, Carolina Tohá, em uma declaração realizada na última quinta-feira (23). A negativa da Venezuela em permitir o pouso do voo tem colocado pressão sobre o governo chileno, especialmente por parte da oposição, que exige a expulsão imediata de migrantes irregulares como medida para lidar com o aumento da criminalidade no país.

O voo em questão buscava repatriar 60 venezuelanos que estavam sem documentos migratórios. No entanto, a situação se tornou mais complexa devido à recusa da Venezuela em receber esses migrantes. O vice-secretário do Interior, Manuel Monsalve, explicou que as pessoas identificadas foram detidas pela Polícia de Investigações e o avião foi fretado para levá-las de volta à Venezuela.

Entretanto, a legislação chilena estabelece que os migrantes só podem permanecer detidos por cinco dias, e caso não sejam expulsos dentro desse prazo, devem ser liberados. Diante dessa situação, a ministra Tohá expressou que o governo fez “esforços amplos e diversos” para permitir que os processos de expulsão seguissem adiante.

Ao mesmo tempo, o governo enfrenta a ameaça de um julgamento político por parte da oposição de direita, que pressiona para a expulsão de 12.000 migrantes irregulares antes do fim do ano. A ministra garantiu que o governo de Gabriel Boric está realizando gestões no mais alto nível diplomático para resolver esse impasse e concretizar as expulsões que foram determinadas pela Justiça.

Desde 2017, o Chile tem registrado um aumento significativo na chegada de migrantes da Venezuela. Muitos deles atravessam a fronteira a pé vindo da Bolívia e do Peru por passagens clandestinas. A situação se tornou um ponto de debate importante no país, especialmente após uma série de casos policiais envolvendo estrangeiros, o que tem contribuído para uma crescente sensação de insegurança entre a população chilena.

Além disso, esse tema tem impacto direto no referendo que irá ocorrer em 17 de dezembro para definir se o país aprovará ou não um novo projeto de Constituição. A oposição tem defendido a opção “a favor”, promovendo a nova Constituição como a “Constituição da Segurança”, alegando que ela conterá a obrigação de expulsar os migrantes irregulares no menor tempo possível.

Essa situação delicada entre Chile e Venezuela coloca em evidência a complexidade das questões migratórias na América Latina e ressalta a necessidade de encontrar soluções diplomáticas e políticas para lidar com esse desafio.

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