Adolescentes do Texas vítimas de deepfakes: Inteligência Artificial transforma imagens em pornografia

Uma adolescente de 14 anos, residente no Texas, acordou em uma manhã de outubro com várias chamadas perdidas e mensagens de texto revelando fotos dela nua circulando nas redes sociais. As imagens foram manipuladas através de Inteligência Artificial (IA), gerando deepfakes (vídeos, imagens e áudios generativos que imitam a aparência e expressões de uma pessoa) cada vez mais realistas. Estas imagens originalmente foram compartilhadas por meio do Instagram e posteriormente ampliadas pelo Snapchat.

Esta situação não é um caso isolado e tem se tornado cada vez mais comum, alimentando o crescimento da pornografia deepfake. A facilidade com que essas imagens podem ser criadas, com um mínimo de esforço e dinheiro, tem provocado escândalos e casos de assédio em diversas escolas dos Estados Unidos. A falta de legislação federal que proíba a prática tem levado a um aumento dessas situações.

As vítimas, que agora sofrem de vergonha e outros impactos emocionais, estão lutando para superar a experiência traumática. Algumas das mães das vítimas relataram que suas filhas não querem voltar à escola devido ao ocorrido. Mesmo com a evolução tecnológica, a lei ainda não foi atualizada de forma adequada para lidar com este problema.

Em resposta a esta situação, o presidente Joe Biden assinou um decreto destinado a limitar a produção de pornografia deepfake, mas a carência de legislação federal que regule esta prática persiste. Vítimas relatam sofrer com ansiedade, depressão e estresse pós-traumático, o que reforça o impacto devastador dessa forma de abuso.

Especialistas em ética da IA têm alertado para o fato de que a lei ainda não prevê com clareza situações deste tipo. Além disso, a disseminação de deepfakes pode resultar em complicações legais adicionais, já que as leis atuais sobre a distribuição de fotografias sexuais não autorizadas podem não se aplicar a deepfakes.

A pornografia deepfake tem o potencial de arruinar a vida e a reputação de alguém, causando danos psicológicos e emocionais sérios. Isso exige uma ação urgente das autoridades para regulamentar essa prática que está se tornando cada vez mais comum e preocupante devido à sua capacidade destrutiva. A falta de legislação clara e abrangente sobre deepfakes é uma lacuna que precisa ser preenchida o quanto antes.

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