Segundo a filha mais velha de Fujimori, Keiko Fujimori, a família espera que antes do sábado, seu pai possa estar com eles, comentando a decisão em uma declaração à imprensa. A declaração de Fujimori não inclui respostas às perguntas dos jornalistas.
Noite de terça-feira, um auto do Tribunal Constitucional entregou ao foro judicial o poder de decidir a respeito da libertação de Fujimori, como pede um habeas corpus de março de 2022. A mesma resolução do TC também se declarou “improcedente” para revisar a revogação do indulto, determinada pela Corte Interamericana de Direitos Humanos em 2019.
A família de Fujimori alega que o ex-presidente, de origem japonesa e 85 anos, sofre de diversos problemas de saúde, como câncer lingual, fibrilação auricular, doença pulmonar e hipertensão.
A história do indulto é rocambolesca. Concedido no Natal de 2017 por razões humanitárias, foi anulado em 2019 pela Suprema Corte para depois ser restituído em março de 2022 pelo TC, mas quando era iminente a saída de Fujimori da prisão, a Corte Interamericana pediu ao Peru que se abstivesse de libertá-lo até revisar um recurso de familiares das vítimas de seu governo.
Espera-se que essa situação se resolva nos próximos dias, mas o caso continua provocando discussões e reacendendo a polarização em torno da figura do ex-presidente. A defesa de Fujimori argumenta que a Corte Interamericana não tem poder para barrar a liberdade do ex-presidente, enquanto a justiça peruana o condenou por “crimes contra a humanidade”.
Apesar das divergências, a decisão do Tribunal Constitucional foi interpretada de formas diferentes, reacendendo a polarização em torno da figura de Fujimori. A disputa continua e promete ainda muitos desdobramentos nos próximos dias.