Homem é condenado a dez dias de prisão por escrever “não à guerra” na neve em parque de Moscou

Recentemente, um homem foi condenado a dez dias de detenção por escrever “não à guerra” na neve em um parque da cidade de Moscou. Esse homem foi identificado como Dmitry Fedorov, e teria sido surpreendido pela polícia enquanto escrevia a frase com o dedo na neve no popular parque Gorki de Moscou, conforme informou um documento judicial datado de 24 de novembro. No entanto, essa informação só veio à tona nesta quarta-feira (29).

Segundo o documento, os agentes teriam proposto a Fedorov que ele fosse levado em um veículo até o Ministério do Interior, e diante de sua negativa, o advertiram de que ele havia violado a lei e o detiveram. Posteriormente, Dmitry Fedorov negou ter resistido à prisão, mas admitiu que escreveu a frase, o que resultou na sua condenação a dez dias de prisão administrativa, conforme o texto do documento.

A ação de Fedorov e a subsequente repressão por parte das autoridades russas refletem um cenário de aumento da repressão no país desde a invasão da Ucrânia, em fevereiro de 2022. A repressão de vozes críticas é uma constante há bastante tempo na Rússia, mas ganhou ainda mais intensidade desde o início da ofensiva militar na Ucrânia.

É importante ressaltar que a grande maioria dos opositores de peso às políticas do presidente Vladimir Putin está na prisão ou no exílio. Além disso, milhares de russos sem nenhuma notoriedade também foram julgados, e alguns foram condenados a duras penas por manifestarem publicamente sua oposição à ofensiva militar na Ucrânia ou por terem “desacreditado” as forças armadas.

De acordo com a ONG russa OVD-Info, que é especializada em questões de direitos humanos, cerca de 20.000 pessoas foram detidas em pouco menos de dois anos por se oporem à ofensiva bélica. Apenas nesta semana, são esperadas nos tribunais russos as sentenças de 129 julgamentos com conotações políticas.

Portanto, a condenação de Dmitry Fedorov é apenas um dos muitos exemplos do aumento da repressão na Rússia desde o início da ofensiva na Ucrânia, refletindo um ambiente de restrição das liberdades individuais e de perseguição à oposição política no país.

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