Durante o julgamento, Dupond-Moretti enfatizou que havia deixado as divergências com os magistrados para trás e que seu único objetivo era ter sucesso em seu cargo como ministro. Ele chegou a afirmar que o resto “dá no mesmo”. A competência francesa para investigar crimes cometidos por membros do governo no exercício de suas funções, a CJR, tem sido alvo de críticas devido à sua suposta clemência em suas sentenças.
Este foi o primeiro julgamento contra um ministro da Justiça em exercício na França, o que gerou controvérsias em relação à posição de Emmanuel Macron, presidente do país, que optou por não demitir Dupond-Moretti durante o julgamento. No entanto, a primeira-ministra Élisabeth Borne havia alertado que o ministro deixaria o governo se fosse condenado, seguindo uma política de tolerância zero adotada no caso do ex-ministro Alain Griset em 2021.
Apesar do apoio recebido de Macron, Dupond-Moretti é conhecido por suas respostas ácidas e por suas discussões acaloradas com a oposição, especialmente a extrema-direita. Em uma ocasião recente, perante a Assembleia Nacional, o ministro criticou a “demagogia indecente” do partido de extrema-direita de Marine Le Pen, convocando o grupo a se distanciar de nazistas, racistas e antissemitas.
Com a absolvição de Dupond-Moretti, o governo de Macron segue, com o ministro da Justiça mantendo seu cargo e sua influência política. A decisão do julgamento marca um ponto de virada no caso e é acompanhada de perto pela mídia e pela população francesa. A repercussão do veredicto pode ter impactos significativos na confiança da população em relação ao governo e às instituições judiciais do país.