Chile anuncia expulsão de imigrantes irregulares que não se registraram; medida também visa combater aumento da criminalidade.

O presidente Gabriel Boric anunciou na quinta-feira (30) que o Chile tomará medidas mais rígidas em relação à questão da imigração irregular no país. Boric revelou que os imigrantes irregulares que não forneceram seus dados para um plano de registro biométrico voluntário serão expulsos do território chileno.

Durante uma cerimônia de apresentação de um plano para reforçar as tarefas das forças policiais na vigilância territorial, o líder esquerdista afirmou que os que estão irregulares serão expulsos. O presidente também ordenou às autoridades policiais que detenham e expulsem, em um prazo de cinco dias, os imigrantes irregulares que tenham mandado de detenção pendente.

Boric explicou que, em relação aos estrangeiros que estão em situação irregular e não completaram o registro voluntário, será emitida uma ordem de expulsão. De acordo com o presidente, a medida tem como objetivo corrigir o déficit de informação sobre a identidade dos estrangeiros que entraram irregularmente no Chile nos últimos cinco anos, principalmente aqueles vindos da Venezuela.

Este ano, o governo chileno promoveu um plano de registro biométrico para estrangeiros irregulares, com sucesso em armazenar os dados de 127.000 pessoas. A iniciativa tem sido uma resposta ao aumento exponencial na chegada de migrantes venezuelanos ao território chileno nos últimos anos. A presença massiva de estrangeiros, a grande maioria vindos da Venezuela, tem gerado debates e preocupações.

O endurecimento das medidas relacionadas à migração ocorre em meio a um contexto de aumento na criminalidade e registros inéditos de insegurança pública. As ações também surgem em resposta a uma série de casos policiais envolvendo estrangeiros em situação irregular, como o ataque com uma granada contra um agente da polícia em novembro.

A oposição de direita ameaçou iniciar um julgamento político contra a ministra do Interior e Segurança, Carolina Tohá, caso não seja concluída a expulsão de 12 mil migrantes irregulares antes do final do ano. Além disso, os chilenos votarão em um plebiscito sobre um projeto de nova Constituição que exige a expulsão de migrantes irregulares no menor tempo possível.

Com quase metade dos 1,7 milhão de estrangeiros que chegaram ao Chile nos últimos anos sendo venezuelanos, o país tem buscado formas de lidar com o aumento da imigração irregular, que tem prevalecido no debate político e na opinião pública. A promessa de expulsão daqueles em situação irregular indica uma mudança significativa na política de imigração no Chile.

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