Planos de saúde deixam de repassar pagamentos e 70 autistas podem ficar sem assistência em Pernambuco.

Mais de 70 pessoas com Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) em Pernambuco correm o risco de ficar sem assistência a partir de dezembro. O motivo é que o plano de saúde dos pacientes não está efetuando o pagamento pelas terapias prestadas pela instituição que realiza esse tipo de atendimento especializado.

Muitos pais e responsáveis dos pacientes foram pegos de surpresa e receberam, no dia 16 de novembro, um comunicado do Instituto do Autismo (IDA) informando que, por falta de repasses da Caixa de Assistência dos Funcionários do Banco do Brasil (Cassi), os atendimentos para todos os assistidos pelo plano seriam suspensos a partir de 1º de dezembro. O documento ainda informava que os repasses financeiros por parte da operadora não aconteciam há mais de 90 dias.

Uma das mães, Natália Souto Maior, contou que a suspensão dos atendimentos foi recebida sem aviso prévio e que a filha, Alice Barros Machado, atendida pelo instituto, está em fase de progresso e não poderia deixar de ter as terapias. Outros pais, como a psicóloga Lara Alencar, responsável por Bernardo Alencar, de 6 anos, também foram surpreendidos pela suspensão dos pagamentos.

Segundo o comunicado do IDA, a instituição vinha prestando os serviços sem receber, mesmo tendo cumprido com suas obrigações, e não havia previsão de regularização dos pagamentos por parte do plano de saúde. Diante da situação, um grupo de pais acionou o Ministério Público, o Procon e a Justiça para tentar garantir o atendimento adequado para as crianças assistidas pelo plano.

A Cassi, por sua vez, informou que está apurando irregularidades e inconsistências nos faturamentos de prestadores de serviços e analisando se os atendimentos foram feitos de acordo com os contratos formalizados. A empresa garante que está atuando para preservar a assistência à saúde e que não faltará atendimento aos beneficiários em quaisquer especialidades. A Cassi ainda destaca que todas as terapias previstas estão cobertas, mas o pagamento só será feito mediante comprovação da realização dos tratamentos.

Os pais das crianças afetadas estão preocupados com o risco da suspensão dos tratamentos e temem por uma regressão nos casos. Apesar de a Cassi ter prometido apurar as questões, a situação ainda gera tensão e expectativa para as famílias que dependem dessas terapias para o desenvolvimento de seus filhos. Enquanto isso, muitos pacientes podem deixar de receber os cuidados essenciais a partir de dezembro.

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