De acordo com o relatório, os estudantes que utilizam dispositivos digitais para lazer por até uma hora por dia tiveram uma pontuação 49 pontos superior em matemática em comparação com os alunos que passam de cinco a sete horas diárias nesses aparelhos. É importante ressaltar que esses dados levam em consideração o perfil socioeconômico dos alunos e das escolas.
O Pisa, que é aplicado a cada três anos e avalia os conhecimentos de estudantes de 15 anos de idade em três disciplinas, teve como destaque em sua última edição o desempenho em matemática. Ao todo, 690 mil estudantes de 81 países participaram dos testes em 2022.
Além disso, o relatório mostrou que cerca de 65% dos estudantes afirmaram ter sido distraídos em aulas de matemática devido ao uso de dispositivos digitais. No Brasil, esse percentual chegou a 80%, assim como em outros países como Argentina, Canadá, Chile, Finlândia, Letônia, Mongólia, Nova Zelândia e Uruguai.
Apesar dos impactos negativos, o relatório reconhece que o uso de celulares em escolas é um tema controverso e desafiador para gestores de educação em todo o mundo. A sugestão é que as escolas promovam a interação entre a tecnologia e o aprendizado, mas minimizem o tempo de uso para evitar problemas como distração, bullying nas redes sociais e exposição da privacidade dos estudantes.
Como forma de mitigar os impactos negativos do uso excessivo de dispositivos digitais, o relatório ressalta que a proibição de celulares nas escolas pode fazer com que os alunos sejam menos capazes de adotar um comportamento responsável em relação ao uso do telefone. No entanto, em 13 países, mais de dois terços dos alunos frequenatam escolas onde a entrada e o uso de celular não são permitidos, o que reduz o percentual de distração em sala de aula.
Portanto, o relatório do Pisa de 2022 traz importantes indicações sobre os desafios e impactos do uso de dispositivos digitais na educação, sinalizando a necessidade de um equilíbrio no uso dessas tecnologias para promover um aprendizado eficaz e saudável.
