A novidade chega em um momento em que os Estados Unidos buscam realocar suas cadeias de suprimentos em países aliados. Durante a visita de três dias ao México, Yellen afirmou na quarta-feira que seu departamento impôs avaliações financeiras contra 15 mexicanos e duas empresas acusadas de integrar uma rede vinculada ao cartel de tráfico de drogas Beltrán Leyva e de enviar fentanil para os Estados Unidos.
O entendimento desta quinta-feira “reafirma nosso compromisso conjunto para combater a ameaça que certos investimentos estrangeiros representam para a nossa segurança nacional”, afirmou a secretária do Tesouro dos Estados Unidos. Yellen também destacou que o acordo não menciona países específicos, mas uma agência americana, que avalia os riscos de investimentos, recentemente investigou empresas como o TikTok, de propriedade do conglomerado chinês ByteDance.
Embora não mencione restrições aos investimentos chineses no México, Yellen afirmou que, por não suscitar preocupações de segurança nacional para os Estados Unidos, Washington não tem problemas com a chegada de capitais do gigante asiático. O secretário da Fazenda do México, Ramírez de la O, afirmou que o acordo oferece oportunidades para introduzir outros temas de interesse para o México, como o sistema de pagamentos digitais e a redução do custo de envio de remessas, uma das maiores fontes de divisas do país.
O comércio entre Estados Unidos e México superou 850 bilhões de dólares (R$ 4,16 trilhões, na cotação atual) em 2022. Durante sua visita, Yellen também se reuniu com o presidente mexicano Andrés Manuel López Obrador, mas, por ora, não vazaram os temas que foram discutidos no encontro. O acordo entre os dois países destaca a importância de contar com mecanismos eficazes de revisão dos investimentos, especialmente aqueles que envolvem tecnologia, infraestrutura crítica e dados seguros.
Em comunicado oficial, o Tesouro americano afirmou que “este grupo de trabalho confirma o facto de que a segurança nacional dos Estados Unidos está vinculada à segurança dos nossos aliados e parceiros, incluindo os nossos vizinhos da América do Norte”. O CFIUS, agência que assessora os Estados Unidos e outros governos na revisão de investimentos estrangeiros, trabalha com “todo o mundo” para fortalecer as ferramentas de controle de investimentos.
O acordo entre México e Estados Unidos reafirma a importância da segurança nacional desses países e estabelece uma parceria para monitorar investimentos estrangeiros.
