A pesquisa foi realizada através de 983 entrevistas pela internet, entre homens e mulheres de todos os estados brasileiros, durante o período de 11 a 22 de setembro. O objetivo foi compreender as circunstâncias relacionadas à falta de pagamento das contas, identificando a origem das dívidas, as percepções dos brasileiros quanto à perspectiva de quitação dos débitos, o impacto da inadimplência na vida pessoal e como os círculos sociais influenciam nas decisões financeiras.
Segundo o relatório, as principais fontes de endividamento dos brasileiros são o cartão de crédito, as dívidas junto a bancos e financeiras, empréstimos e financiamentos. Além disso, as dívidas do cheque especial, contas de serviços básicos, impostos, celular e compras em lojas de departamento também contribuem para a situação de endividamento das famílias.
Entre os motivos apontados para o endividamento, destacam-se a falta de planejamento financeiro, o desemprego, os gastos inesperados com saúde e a necessidade de emprestar o nome de alguém para realizar compras ou contratar serviços.
Apesar das dificuldades financeiras, a pesquisa revelou que 39% dos entrevistados têm certeza de que conseguirão quitar suas dívidas, um aumento em comparação com os dados de 2022. Além disso, 23% acreditam que pagarão suas dívidas, enquanto uma parcela menor expressou incerteza quanto à quitação e impossibilidade de pagamento.
As estratégias apontadas pelos inadimplentes para sair do endividamento incluem a economia de dinheiro e a renegociação de dívidas. Além disso, a maioria dos entrevistados considera que tornar o crédito mais barato e acessível, receber orientações sobre gestão financeira e ter acesso a serviços públicos gratuitos contribuiriam significativamente para a quitação das dívidas.
O relatório também abordou as percepções dos entrevistados em relação ao programa Desenrola Brasil, uma iniciativa do governo federal para auxiliar os endividados. A pesquisa revelou que o programa é considerado importante por oito em cada dez endividados, no entanto, ainda há dúvidas e incertezas em relação à abrangência e eficácia do programa na negociação das dívidas.
Diante dos desafios enfrentados pelas famílias brasileiras, as conclusões da pesquisa apontam para a necessidade de políticas públicas que incentivem a educação financeira, a renegociação de dívidas e o acesso a serviços públicos que possam aliviar a situação de endividamento das famílias.