Historiadora Silvia Lerner enfrenta desafios de lançar livro sobre Holocausto em meio a conflitos entre Israel e Hamas

A pesquisadora Silvia Lerner, historiadora com residência fixa em Tel Aviv, enfrentou desafios significativos para lançar o seu novo livro, intitulado “A música e os músicos em tempos de intolerância: o Holocausto”. A obra traça paralelos entre a música produzida durante o Holocausto e a intolerância presente nos dias de hoje, especialmente no contexto do conflito entre Israel e Hamas, bem como confrontos mais amplos no Oriente Médio. Lerner demonstrou determinação ao superar as adversidades que enfrentou e, com sucesso, lançar o livro nas cidades de São Paulo, Curitiba e Rio de Janeiro no mês de outubro.

Ao abordar vulgares questões sobre intolerância e desigualdade social, Silvia Lerner reforça a importância dos estudos acerca de eventos passados, como o Holocausto, como um meio de promover discussões e reflexões sobre os conflitos contemporâneos. A brutal perseguição nazista resultou em milhões de mortes, incluindo cerca de seis milhões de judeus, em vários locais de toda a Europa. Muitas vítimas do Holocausto, sujeitas às condições horrendas nos guetos e campos de concentração, encontraram refúgio na música, utilizando-a como uma forma de resistência psicológica contra a extrema violência infligida pelo regime nazista.

Em seu livro, Lerner traz trechos das letras originais das músicas, muitas das quais estavam em ídiche ou alemão, incluindo QR Codes para que os leitores possam acessar as versões originais. A historiadora abordou uma detalhada seleção de músicas para inclusão em seu livro, considerando a diversidade de locais em que foram criadas. Ela destaca músicas trágicas e comoventes, como “Friling” (Primavera), composta no gueto de Vilna.

Lerner foi questionada sobre a relevância de seu livro dentro do atual contexto de conflitos no Oriente Médio, particularmente em Israel, onde a pesquisadora estava durante o recente confronto com o Hamas. Ela delimita a intolerância como a maior mensagem de sua obra, e a vê como uma reflexão atemporal que oferece uma visão valiosa sobre os desafios em promover a coexistência pacífica entre diferentes grupos sociais. A historiadora reforça a importância de seu trabalho e do estudo do Holocausto como uma forma de manter viva a memoria histórica e de alertar sobre os perigos da intolerância e falta de aceitação.

Lerner passou cinco dias abrigada em um bunker em sua casa, em meio aos ataques, experienciando pessoalmente o impacto do conflito. Ela compartilha vividamente sua perturbação com o som de sirenes e a tensão em lidar com iminentes ameaças de mísseis. A pesquisadora expressa solidariedade àqueles que enfrentam os perigos do conflito, incluindo vizinhos e conhecidos, e reflete sobre as incertezas e dificuldades enfrentadas por si mesma e outros residentes locais. Sua mensagem final é a de que, apesar das contínuas tensões no Oriente Médio e outras partes do mundo, seu livro compartilha uma importante mensagem sobre a necessidade de paz, tolerância e aceitação.

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