Governo de Alagoas estuda desapropriar área afetada por afundamento do solo em Maceió para transformá-la em parque estadual.

O governo de Alagoas está estudando a possibilidade de desapropriar toda a área da região metropolitana de Maceió que foi afetada pelo afundamento de solo causado pelo processo de extração de sal-gema por empresas privadas durante décadas. A proposta é transformar essa área, que atualmente pertence à empresa petroquímica Braskem, em um parque estadual, de acordo com o governador Paulo Dantas.

A proposta foi discutida durante uma reunião realizada na capital alagoana, que contou com a presença de secretários estaduais, representantes do governo federal, prefeituras da região metropolitana de Maceió, moradores e comerciantes dos bairros afetados pelo afundamento do solo. Nessa reunião, Dantas também defendeu a inclusão de mais três bairros na área que necessita de atenção, além da desapropriação da área definida como de risco e a criação de um parque em memória às vítimas da Braskem.

Porém, a proposta do governador não foi bem recebida por representantes das vítimas. Alexandre de Moraes Sampaio, que faz parte do Grupo de Trabalho de Combate ao Crime da Braskem e é presidente da Associação de Empreendedores e Vítimas da Mineração em Maceió, criticou a hipótese da Braskem receber uma indenização do estado pelas áreas de onde expulsou suas vítimas.

A procuradora-geral do estado, Samya Suruagy do Amaral Pacheco, acrescentou que o governo estadual já ingressou com uma ação judicial para tentar garantir aos donos dos imóveis atingidos a manutenção da propriedade, mesmo que já tenham assinado acordos com a empresa e recebido alguma quantia.

O deputado federal Rafael Brito, que também esteve presente na reunião, apoiou a fala da procuradora e afirmou que a Braskem não indenizou ninguém, apenas comprou os imóveis das pessoas afetadas.

Segundo a Braskem, desde 2018, cerca de 14,5 mil imóveis foram incluídos no Programa de Compensação Financeira e Apoio à Realocação, e aproximadamente 40 mil pessoas foram preventivamente realocadas. A empresa afirma já ter pago R$ 4,4 bilhões em indenizações, o que representa 99,8% do total.

A proposta do governo de Alagoas continua em análise, e as discussões sobre o assunto devem prosseguir. A situação permanece controversa, com diferentes opiniões sobre como lidar com as vítimas e as áreas afetadas pelo afundamento do solo em Maceió.

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