Inicia julgamento na Guatemala pelo assassinato do ativista francês Benoît Maria, com pedido de assumir responsabilidade por crime secundário.

O julgamento pelo assassinato do ativista francês Benoît Maria em 2020 na Guatemala teve início na última segunda-feira (11). Durante o julgamento, houve um pedido para que o acusado assumisse a responsabilidade por um crime secundário, que depende de outra figura.

Benoît Maria era diretor da ONG Agrônomos e Veterinários Sem Fronteiras (AVSF) na Guatemala e apoiava as comunidades indígenas maias em projetos agrícolas havia mais de duas décadas. Ele foi morto a tiros em 10 de agosto de 2020, enquanto dirigia uma van por uma estrada rural do povoado indígena de San Antonio Ilotenango, no departamento de Quiché.

O acusado pelo crime é o indígena Diego Tay, que era membro do Conselho Municipal de Desenvolvimento Urbano e Rural da região. O julgamento está sendo realizado no departamento de Quetzaltenango por questões de segurança e está sendo acompanhado pela companheira de Maria, Anna Isern Sabria, e também por seus dois irmãos, Christophe e David Maria, que viajaram da França junto com Frederic Apollin, diretor geral da AVSF.

A família do francês espera que o julgamento esclareça a motivação do crime, já que ainda não se sabe a razão do assassinato. Também foi revelado que existe outra pessoa envolvida no caso, para a qual foi emitida uma ordem de busca e captura internacional, o que poderia levar a um segundo julgamento.

Neste contexto, organizações de controle humanos destacaram que o assassinato ocorreu uma semana após o tribunal de instância máxima ordenar ao Estado que devolvesse terras à comunidade indígena Ixil, reforçada por Maria no município de Nebaj. Além disso, Benoît Maria participou na criação da Universidade Ixil em Quiché em 2011, dedicada ao conhecimento ancestral dos povos originários, entre outros projetos.

A Justiça francesa tem competência para investigar o caso devido à nacionalidade da vítima. O presidente francês, Emmanuel Macron, exaltou o “compromisso humano, fraterno e solidário” de Maria, que, segundo ele, teria sido “covardemente assassinado”.

Este é um caso que chama a atenção e que precisará de um desenrolar detalhado e cuidadoso. Espera-se que a Justiça seja feita e que a motivação por trás desse crime brutal seja esclarecida.

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