Livraria no Irã é fechada pela polícia por permitir entrada de mulheres sem véu, em violação das normas comerciais.

Escândalo no Irã: polícia fecha grande livraria por permitir entrada de mulheres sem véu

Na última sexta-feira (22), a polícia iraniana tomou uma medida drástica ao fechar uma das maiores livrarias no centro de Teerã. O motivo? A livraria estava permitindo a entrada de mulheres sem véu, indo contra as rígidas normas de vestimenta impostas pelo governo.

A operação de fechamento ocorreu por volta do meio-dia e foi realizada por autoridades policiais. Segundo relatos do jornal local Shargh, de orientação reformista, a polícia teria agido em cumprimento às “ordens do Ministério do Interior” e em resposta à “presença de clientes sem véu”. Em um breve comunicado publicado em sua conta no Instagram, a livraria confirmou que foi fechada, mas não forneceu mais detalhes sobre a situação.

Desde a Revolução Islâmica de 1979, o país impõe o uso obrigatório do véu para todas as mulheres, inclusive estrangeiras, como forma de cobrir o cabelo em público. Contudo, nos últimos meses, tem havido um aumento significativo no número de mulheres que têm desobedecido a essa norma, expressando publicamente sua rejeição ao uso do véu. Um dos episódios mais marcantes foi a morte de Mahsa Amini, uma curda iraniana de 22 anos, que faleceu enquanto estava detida por supostamente violar as rígidas regras de vestimenta.

Em resposta a essa crescente onda de desobediência, as autoridades iranianas têm anunciado uma série de medidas de controle, incluindo o reforço de patrulhas de vigilância e a instalação de câmeras de segurança em locais públicos. Também houve detenções de atrizes que posaram sem hijab em redes sociais, além do anúncio de um projeto de lei para aumentar as penalidades para quem descumprir tais regulamentos.

Portanto, o fechamento da livraria Shahr-e-Ketab é mais um episódio nesse delicado embate entre as normas rigorosas de vestimenta impostas pelo governo iraniano e a crescente resistência das mulheres, que clamam por liberdade para escolher como se vestir. Permanece a expectativa sobre como essa situação se desenrolará nos próximos meses e quais serão as próximas medidas das autoridades para conter a desobediência das mulheres em relação ao uso do véu.

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