Parlamento cubano aprova lei que suspende direito à morte digna para pessoas em fase agonizante ou terminal.

O Parlamento cubano aprovou uma nova lei de saúde nesta sexta-feira (22), que introduz mudanças significativas em relação ao direito dos cubanos em fase terminal. A nova lei suspende o direito das pessoas “em fase agonizante ou terminal” para decidir que sua vida não seja prolongada artificialmente ou pela aplicação de procedimentos válidos para morrer de forma “digna”.

Um artigo desta nova lei reconhece o direito das pessoas a terem acesso a uma morte digna, mediante o exercício das determinações para o fim da vida. Além disso, inclui a limitação do esforço terapêutico, dos cuidados contínuos ou paliativos, e dos procedimentos válidos que finalizem a vida.

No entanto, a aplicação destes procedimentos será destinada a “pessoas com doenças crônicas degenerativas e irreversíveis, com um sofrimento intratável, que estão em fase agonizante ou terminal de vida, ou que sofrem lesões sofridas que as colocam nesta condição”.

Para o presidente da Sociedade Cubana de Direito Civil e de Família, Leonardo Pérez Gallardo, esta lei legaliza um direito que já havia sido reivindicado nos debates anteriores à aprovação do Código das Famílias, em 2022. Este Código incluiu o casamento homoafetivo e gestação sub-rogada, popularmente conhecida como ‘barriga de aluguel’.

Em relação a outros países latino-americanos, apenas a Colômbia descriminalizou a eutanásia, em 1997. No entanto, os Parlamentos do Equador, Uruguai e Chile estão debatendo projetos semelhantes, enquanto no México existe a chamada lei do “bem morrer”, que autoriza o paciente ou sua família a pedir que sua vida não seja prolongada por meios artificiais.

A nova lei de saúde, que substitui uma vigente desde 1983, também inclui novas disposições para o transplante de órgãos, tecidos e células, e mantém o direito à interrupção da gravidez, assim como as técnicas de reprodução assistida.

Desta forma, a aprovação desta nova lei de saúde representa um avanço significativo nos direitos dos cubanos em relação à morte digna e ao acesso a cuidados médicos em estados terminais. A lei ainda aguarda a regulamentação por parte do Legislativo para sua aplicação efetiva. Este é um marco importante no cenário das questões de saúde e direitos humanos em Cuba.

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