Manifestantes se reúnem em Belgrado em protestos contra suposta fraude eleitoral, exigindo a anulação e realização de novas eleições.

Milhares de protestantes sérvios se reuniram no epicentro da capital Belgrado neste sábado (30), em meio a uma série de manifestações contra uma suposta fraude nas eleições que ocorreram no último mês de dezembro. Esse é o décimo terceiro protesto desde que o partido do presidente Aleksandar Vucic alegou ter obtido uma vitória esmagadora nas eleições parlamentares e locais, despertando a desconfiança de grupos de oposição que questionam os resultados.

A principal coalizão de oposição, chamada “Sérvia contra a Violência”, além de outros grupos e iniciativas, criticaram várias irregularidades eleitorais, como a possibilidade de pessoas de etnia sérvia da vizinha Bósnia participarem ilegalmente do processo eleitoral na capital. Observadores internacionais também relataram diferentes falhas e um grande número de países ocidentais manifestaram preocupações com relação ao processo eleitoral na Sérvia.

Os protestos deste sábado foram a continuação do primeiro bloqueio de vias de 24 horas no centro de Belgrado, principalmente liderado por estudantes do movimento Borba, que exigem a anulação dos resultados e a realização de uma nova votação. Os manifestantes se organizaram sob o lema “Não estamos de acordo” e enfatizaram a necessidade de repetir as eleições.

Os organizadores pediram apoio à União Europeia e a formação de um comitê de investigação independente sobre as irregularidades eleitorais, com o objetivo de estabelecer condições justas para a realização de um novo plebiscito em seis meses. Durante a manifestação, a líder da oposição sérvia, Marinika Tepic, que estava em greve de fome desde o dia 18 de dezembro em protesto contra a suposta fraude eleitoral, subiu ao palanque e afirmou que as eleições deveriam ser anuladas.

Após o fim de sua intervenção, Tepic foi levada para um hospital, onde anunciou o término de sua greve de fome. A mobilização foi liderada pelo grupo ProGlas, uma iniciativa que começou em novembro por celebridades locais, intelectuais, artistas e professores. A manifestação foi organizada em resposta aos resultados das eleições parlamentares, onde o partido do presidente Vucic obteve cerca de 46% dos votos, enquanto a principal coalizão opositora conquistou 23,5%, segundo a contagem oficial.

Desde as eleições, os manifestantes têm erguido barricadas esporádicas em Belgrado. A continuidade dos protestos indica um clima de tensão e insatisfação com o resultado das eleições, que estão sendo questionadas por diversos setores da sociedade sérvia. A mobilização popular reflete a importância de se garantir a democracia e a transparência no processo eleitoral.

Portanto, mesmo após várias manifestações e clamores populares, a situação política na Sérvia permanece indefinida, com a ampla convicção de que é necessário revisar os resultados e garantir a participação justa e democrática dos eleitores. A pressão da oposição e da sociedade civil deve continuar a fim de assegurar que o sistema democrático do país prevaleça. A União Europeia e outros atores internacionais também devem acompanhar de perto o desenrolar dos acontecimentos e garantir que os princípios democráticos sejam respeitados.

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