De acordo com especialistas, a portabilidade trará maior controle ao consumidor, dando a ele a possibilidade de se livrar das altas taxas de juros e negociar condições mais favoráveis. O presidente do Instituto Locomotiva e fundador do Data Favela, Renato Meirelles, destacou que essa medida permitirá que os brasileiros se tornem donos de sua própria dívida, evitando o risco de ficar preso em um ciclo de endividamento cada vez maior.
A professora de finanças da Fundação Getulio Vargas (FGV), Myrian Lund, aconselha os consumidores a não aceitarem a primeira proposta oferecida pelas instituições financeiras e a negociarem condições mais favoráveis. Ela também destaca a importância de conversar com um gerente ou outro agente financeiro para buscar as melhores condições disponíveis.
Outro ponto importante ressaltado pela nova regulamentação é a transparência nas faturas dos cartões de crédito, que a partir de julho devem trazer informações essenciais de forma destacada, como o valor total da fatura e a data de vencimento. Além disso, as faturas deverão oferecer opções de pagamento e apresentar informações complementares, como lançamentos na conta de pagamento, identificação das operações de crédito contratadas, entre outros dados.
O diretor Executivo do Procon-SP, Luiz Orsatti Filho, alerta que a portabilidade precisa ser acompanhada do repasse de informações corretas aos consumidores e do investimento em educação financeira. O Procon-SP pretende discutir ações de informação e orientação eficazes com as empresas de crédito para garantir que os consumidores tenham acesso às informações necessárias para tomar decisões conscientes em relação às suas dívidas.
Com essas mudanças, espera-se que os consumidores tenham maior controle sobre suas dívidas, possibilitando a busca por melhores condições de renegociação e evitando o ciclo de endividamento crescente. A nova regulamentação representa uma importante evolução no mercado de cartões de crédito, trazendo mais transparência e possibilitando uma relação mais equilibrada entre consumidores e instituições financeiras.