Colisão do Airbus A350 da Japan Airlines com a guarda-costeira marca o primeiro acidente com perda total e comprova segurança dos compósitos

A colisão entre o Airbus A350 da Japan Airlines (JAL) com uma pequena aeronave da guarda-costeira marcou o primeiro acidente com perda total deste modelo de aeronave. O impacto desta ocorrência foi responsável por evidenciar o sucesso dos treinamentos de segurança e evacuação, uma vez que todos os 379 resgatados saíram sem ferimentos graves. Diante disso, o caso deve elevar o nível de confiança da indústria aeronáutica nas fuselagens feitas de material compósito, principalmente de fibra de carbono.

Historicamente, o aço tem sido utilizado nos componentes que unem as diversas partes da fuselagem, enquanto o alumínio é empregado na própria fuselagem e nas asas. Entretanto, no Airbus A350, 53% da aeronave é feita de materiais compósitos em peso, com compósitos constituindo a maior parte de sua estrutura externa, incluindo a fuselagem, a maior parte da cauda e asas, e parte da seção do nariz.

Especialistas afirmam que a nova tecnologia de materiais pode ter ajudado a manter a estrutura interna protegida das chamas por mais tempo, permitindo que todos os passageiros tivessem tempo para evacuar. O diretor do Centro de Pesquisa e Desenvolvimento de Materiais Compósitos Inovadores do Instituto de Tecnologia de Kanazawa, Kiyoshi Uzawa, explicou que o material de fibra de carbono não perde sua resistência facilmente, mesmo sob altas temperaturas, e mantém facilmente sua forma em caso de incêndio.

A Airbus sustenta que a fuselagem do A350 utiliza compósitos, juntamente com ligas de titânio e alumínio, para criar uma aeronave mais leve e econômica, aumentando a resistência à corrosão e reduzindo a manutenção. A empresa também salienta que o revestimento de fibra de carbono é mais resistente a incêndios do que um equivalente metálico e que este material compósito oferece uma melhor relação resistência-peso do que os metais, é menos sensível à fadiga e à corrosão e necessita de menos manutenção.

Por sua vez, a concorrente da Airbus, a norte-americana Boeing, também tem investido no desenvolvimento de aviões feitos com materiais compósitos. O 787 Dreamliner, já em operação, possui uma fuselagem composta por quase 50% de plástico reforçado com fibra de carbono e outros compósitos.

O consultor de segurança John Cox destaca que ainda não há evidências concretas sobre se os revestimentos compostos são melhores ou piores que o alumínio na resistência ao fogo e ao calor por tempo suficiente para dar aos passageiros a chance de escapar. No entanto, elogiou os resultados do acidente no Japão, enfatizando que “a fuselagem os protegeu de um incêndio realmente horrível – ela não queimou por algum tempo e permitiu que todos saíssem”.

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