CPI das ONGs perde apoio de vereadores e enfrenta dificuldades para ser aprovada na Câmara Municipal de São Paulo

Recentemente, a Câmara Municipal de São Paulo tem sido palco de polêmicas envolvendo a proposta de investigação de organizações não governamentais (ONGs) e do Padre Júlio Lancellotti em ações sociais no centro da capital paulista. O requerimento para a abertura da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) foi assinado por dez vereadores, porém, após repercussão negativa, todos recuaram de seu apoio à investigação.

O vereador Gilson Barreto (PSDB) explicou sua decisão em uma publicação em suas redes sociais, afirmando que, apesar de inicialmente manifestar apoio à CPI pelo dever de fiscalizar entidades que recebem verbas públicas, concluiu que a comissão tinha perdido sua finalidade de zelar pelo dinheiro público. Já Xexéu Tripoli (PSDB) destacou em suas redes sociais o apoio ao trabalho humanitário do Padre Júlio Lancellotti, e afirmou que a investigação de casos suspeitos de mau uso de recursos públicos não poderia servir de pretexto para perseguição política.

A retirada das assinaturas dos vereadores simbolicamente demonstra a falta de apoio necessário para a instalação da CPI, que requer a aprovação de 19 vereadores. No entanto, a Câmara Municipal de São Paulo afirmou que a retirada de assinaturas tem apenas um papel simbólico. O próximo passo, que seria a avaliação no Colégio de Líderes, não é impedido pela retirada das assinaturas.

A proposta do requerimento não especifica quais entidades e pessoas seriam investigadas, mas ressalta a necessidade de investigar as ONGs que atuam na região da Cracolândia. O autor do requerimento, Rubinho Nunes, mencionou em suas redes sociais que o Padre Júlio Lancellotti seria alvo das investigações.

Em nota, o religioso esclareceu que não pertence a nenhuma organização da sociedade civil que utilize convênio com o Poder Público Municipal, e que a atividade da Pastoral de Rua é uma ação pastoral da Arquidiocese de São Paulo, não estando vinculada às atividades que constituem o requerimento aprovado para criação da CPI em questão.

Em resumo, a recente polêmica em torno da proposta da CPI das ONGs na Câmara Municipal de São Paulo reflete a divisão entre os vereadores e a comunidade em relação à necessidade e aos objetivos dessa investigação. A retirada das assinaturas parece indicar a falta de apoio necessário para a instalação da comissão, o que impõe desafios para o avanço dessa proposta no ambiente legislativo.

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