Equador enfrenta onda de violência devido à ausência de sistema de inteligência efetivo e estrutura reforçada das polícias.

Equador enfrenta onda de violência

A ausência de um sistema de inteligência efetivo e de estrutura reforçada das polícias levou o Equador à onda de violência que assusta a população, de acordo com a secretária de Segurança de Quito, Carolina Andrade. A última terça-feira (9) foi marcada por várias ações no país, como sequestros, explosões e a invasão do estúdio de um telejornal que estava sendo transmitido ao vivo.

As ações criminosas marcam disputa de forças entre governo e gangues do crime organizado, conflito que se arrasta há anos. O presidente Daniel Noboa decretou estado de emergência, colocando as Forças Armadas nas ruas e estabelecendo um toque de recolher noturno nacional.

A secretária recorda que o Equador era considerado o segundo país mais seguro da América Latina até 2017. O cenário mudou após a redução da participação do Estado na segurança pública. Segundo Carolina Andrade, medidas como o fim dos ministérios da Justiça e do Interior contribuíram para a atual crise.

Um dos graves problemas apontados pela secretária é a falta de um sistema de inteligência que permita a polícia e as Forças Armadas atuarem de maneira antecipada, além da falta de recursos para que a polícia tenha todo equipamento necessário para atuar. Outra questão apontada é a eliminação do Ministério da Justiça, em 2018.

Carolina Andrade defende a adoção de ações de segurança integradas e que levem em consideração a realidade de cada território do país. Para o governo, os ataques criminosos são uma reação à construção de dois presídios de segurança máxima pelo presidente Daniel Noboa. O objetivo é que esses presídios recebam os líderes das gangues.

Após a terça-feira de terror, a secretária informou que as cidades estão retomando de forma gradual as atividades e movimento nas ruas. No entanto, o medo ainda impera em algumas regiões, como Guayaquil, uma das cidades mais atingidas. Restringir o transporte público e reduzir o fluxo de pessoas tem sido necessário nesse período.

A violência no Equador exige uma estratégia territorial, em que cada região do país seja abordada com mais integração. A implantação de ações de curto prazo, como equipar os policiais com armamentos e logística, e de longo prazo, com foco na assistência social, saúde e educação, é apontada como essencial para conter a ação dos traficantes. Estima-se que 30% a 50% das drogas que chegam a Turquia e Grécia saem do país sul-americano.

À medida que as cidades retornam à normalidade, a população ainda teme transitar pelas ruas. A onda de violência no Equador deve ser um alerta para a necessidade de medidas urgentes e eficazes por parte das autoridades para garantir a segurança e a tranquilidade dos cidadãos.

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