Guayaquil, a cidade portuária equatoriana, se transforma em uma cidade fantasma em meio a crise de segurança.

A cidade portuária de Guayaquil, localizada na costa do Pacífico equatoriano, encontra-se em um estado desolador, quase que abandonada. Seu icônico Malecón, o calçadão com vista para o rio Guayas, está vazio. Os acessos aos jardins ao longo do cais e os restaurantes que costumam servir aos turistas agora permanecem fechados. Guayaquil, com mais de 3 milhões de habitantes, vive sob a influência e ameaça do narcotráfico, o que a torna o epicentro da atividade ilegal. A cidade, que serve como coração da economia equatoriana, está vivendo um estado de guerra aberta desde o domingo.

O centro da cidade, que habitualmente é movimentado com pessoas saindo de seus trabalhos, está estranhamente deserto. As repartições públicas, o distrito de negócios e a prefeitura estão vazios. Mesmo as atrações turísticas, como a catedral católica e o parque de iguanas em frente a ela, estão fechados com cadeado.

A situação já era tensa desde domingo, quando Adolfo “Fito” Macías, líder da facção Los Choneros, fugiu da penitenciária de Guayas, desencadeando uma crise de segurança sem precedentes em todo o país, com rebeliões e ataques às forças de segurança. Em resposta, o presidente Daniel Noboa impôs estado de emergência, declarou “guerra” às facções criminosas e colocou o Exército nas ruas.

O general Víctor Herrera ressaltou o nível de risco vivido pela cidade, com tentativas de assassinato frequentes e a geração de pânico por parte das facções criminosas, classificadas agora como “terroristas” pelas autoridades. A cidade, apelidada de “GuayaKill”, é um importante porto de exportação da cocaína e vive em um cenário de violência, com altas taxas de homicídio.

Desde o verão, a taxa de homicídios vem crescendo, principalmente nos bairros pobres atingidos pela insegurança causada pelas facções criminosas. A presença policial na cidade permanece discreta, exceção feita ao cordão militar montado em frente à residência do presidente Noboa.

Em meio a essa situação, o governo equatoriano anunciou um plano para deportar presos estrangeiros, com reações da Colômbia. Essa decisão unilateral representa mais um desafio ainda enfrentado por Guayaquil e seu povo. A cidade, que deveria ser um polo econômico e de turismo, encontra-se à mercê de uma crise sem precedentes, refletindo os desafios enfrentados pelo Equador como um todo.

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