O centro da cidade, que habitualmente é movimentado com pessoas saindo de seus trabalhos, está estranhamente deserto. As repartições públicas, o distrito de negócios e a prefeitura estão vazios. Mesmo as atrações turísticas, como a catedral católica e o parque de iguanas em frente a ela, estão fechados com cadeado.
A situação já era tensa desde domingo, quando Adolfo “Fito” Macías, líder da facção Los Choneros, fugiu da penitenciária de Guayas, desencadeando uma crise de segurança sem precedentes em todo o país, com rebeliões e ataques às forças de segurança. Em resposta, o presidente Daniel Noboa impôs estado de emergência, declarou “guerra” às facções criminosas e colocou o Exército nas ruas.
O general Víctor Herrera ressaltou o nível de risco vivido pela cidade, com tentativas de assassinato frequentes e a geração de pânico por parte das facções criminosas, classificadas agora como “terroristas” pelas autoridades. A cidade, apelidada de “GuayaKill”, é um importante porto de exportação da cocaína e vive em um cenário de violência, com altas taxas de homicídio.
Desde o verão, a taxa de homicídios vem crescendo, principalmente nos bairros pobres atingidos pela insegurança causada pelas facções criminosas. A presença policial na cidade permanece discreta, exceção feita ao cordão militar montado em frente à residência do presidente Noboa.
Em meio a essa situação, o governo equatoriano anunciou um plano para deportar presos estrangeiros, com reações da Colômbia. Essa decisão unilateral representa mais um desafio ainda enfrentado por Guayaquil e seu povo. A cidade, que deveria ser um polo econômico e de turismo, encontra-se à mercê de uma crise sem precedentes, refletindo os desafios enfrentados pelo Equador como um todo.