Governo sul-africano tenta impedir leilão de pertences de Nelson Mandela em Nova York.

O governo sul-africano está determinado a interromper um leilão em Nova York onde estão previstos a venda de pertences pessoais de Nelson Mandela, incluindo seu documento de identidade e algumas camisas coloridas, alegando que o ex-presidente é parte do patrimônio do país. O ministro da Cultura da África do Sul, Zizi Kodwa, afirmou que os elementos da “obra de vida” de Mandela devem ficar no país e apresentou um recurso para impedir a “exportação não autorizada” de objetos que seriam vendidos em uma empresa de leilões ligada à filha de Mandela, Makaziwe Mandela.

De acordo com o site da casa Guernsey’s, o catálogo de venda contém cerca de uma centena de “objetos preciosos” que pertenceram ao herói da luta contra o apartheid. Entre esses itens estão uma camisa de seda preta que Mandela vestia quando se encontrou com a rainha Elizabeth em 1996, com um preço inicial sugerido de 34 mil dólares, um porta-documentos de couro de avestruz sendo oferecido por 24 mil dólares e também cartas e presentes de Barack Obama e Bill Clinton, além do documento de identidade original de Mandela, disponível a partir de 75 mil dólares.

Apesar de ser considerado um leilão “excepcional” e “sem precedentes”, o governo sul-africano expressou sua preocupação e deixou a casa de leilões americana Guernsey’s em uma posição delicada. O presidente da Guernsey’s, Arlan Ettinger, questionou se seria possível realizar o leilão, programado para 22 de fevereiro, devido ao incômodo do governo.

O leilão, que seria realizado para arrecadar fundos para a construção de um jardim em memória de Mandela, perto de seu túmulo em Qunu, gerou controvérsias. Segundo Ettinger, a filha de Mandela teria autorizado a venda com esse objetivo, mas a AFP não conseguiu contatá-la para comentar o assunto.

Vale destacar que Mandela é uma figura histórica de importância global, sendo responsável por grande parte da luta contra o apartheid na África do Sul. Após sua morte em 2013, aos 95 anos, seu legado permanece vivo e sua história ainda é motivo de debate e controvérsia.

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