Durante a reunião, o chanceler da Venezuela, Yván Gil Pinto, expressou o desejo de transformar a comissão de chanceleres em uma instância para resolver futuros problemas envolvendo fronteiras e soberania do território. Por mais de cem anos, a região em questão é reivindicada pela Guiana, o que acirra as tensões entre os países.
A comissão de ministros das Relações Exteriores, que inclui o brasileiro Mauro Vieira e outros enviados internacionais, teve a sua criação idealizada em dezembro do ano passado. A Guiana defende a abordagem das leis internacionais e compromissos já estabelecidos para tratar do conflito, citando o Acordo de Genebra de 1966, que previa a rediscussão das fronteiras, com a possibilidade de mediação por parte do secretário-geral da ONU.
Contudo, diante da falta de avanços, a Corte Internacional de Justiça (CIJ) foi indicada para resolver o impasse, mas a Venezuela não reconhece a instituição. A Guiana pretende, desde o início da crise, defender os seus limites territoriais na corte.
Além disso, a comissão conjunta manifestou interesse em discutir possíveis acordos de cooperação nas áreas ambiental, social e econômica. Tanto a Venezuela quanto a Guiana demonstraram comprometimento com o diálogo e a busca por soluções pacíficas para o conflito.
A representação de ambos os países expressou a vontade política e os recursos necessários para avançar em projetos de desenvolvimento social justo, em um ambiente de paz. Também reafirmaram o compromisso de continuar dialogando com base nos parâmetros estabelecidos pela declaração de Argyle.
A comissão conjunta deve se reunir em breve, novamente no Brasil, para dar continuidade às negociações e buscar uma solução para o conflito territorial. A reunião foi considerada pelas partes como um “triunfo diplomático” e gerou expectativas de avanços nas discussões e no diálogo para resolver a disputa entre as nações. A próxima reunião representará uma oportunidade para a continuidade das negociações e para avançar em direção a um entendimento mútuo.