O caso levou à responsabilização de 16 pessoas por homicídio doloso qualificado e por diferentes crimes ambientais, sendo 11 ligados à Vale e cinco vinculados à empresa alemã Tüv Süd, que assinou o laudo de estabilidade da barragem que se rompeu. Um dos réus é o ex-presidente da Vale, Fábio Schvartsman, cuja defesa procurou trancar a ação penal contra ele por considerar que não havia justa causa para o recebimento da denúncia. No entanto, a principal novidade em relação ao processo foi a federalização do caso, decidida em dezembro de 2022, o que abriu um novo cenário para a investigação.
No entanto, algumas decisões mais recentes envolvendo o processo não agradaram aos familiares das vítimas. A presidente da Avabrum, Andresa Rodrigues, destacou a frustração da entidade em relação à federalização do caso e ao recente voto favorável ao habeas corpus apresentado por Schvartsman. Ela expressou preocupação com a possibilidade de impunidade diante dessas decisões.
Além disso, a federalização também resultou na retirada da Avabrum da condição de assistente de acusação, o que a entidade considera um revés no processo. A expectativa, até então, era que a entidade auxiliasse o Ministério Público em exercício no caso. No contexto atual, a Avabrum se posiciona como uma das principais vozes que representam os anseios dos familiares das vítimas, buscando justiça e buscando responsabilização.
Apesar das decisões que frustraram a associação, até o momento, o processo criminal acende a esperança de que as vítimas e seus familiares possam encontrar justiça. A tragédia de Brumadinho, além do imensurável sofrimento causado, deixa em suas repercussões a luta por justiça, pelos que foram e pelos que, de alguma forma, ainda são atingidos por ela.