Fenaj publica relatório da violência contra jornalistas e liberdade de imprensa em 2023, com queda significativa de casos.

A Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) divulgou nesta quinta-feira (25) o Relatório da Violência contra Jornalistas e Liberdade de Imprensa. O documento apresentou dados detalhados sobre os tipos de agressão, diferenças por gênero e estado, além de identificar os principais agressores. O relatório revelou que, em 2023, foram registrados 181 casos de violência contra jornalistas, o que representa uma redução de 51,86% em relação a 2022.

De acordo com a presidenta da Fenaj, Samira de Castro, as mudanças nos tipos de agressão foram fundamentais para esse resultado. Ela apontou que houve uma redução significativa na categoria “descredibilização da imprensa” e na censura, em grande parte devido à mudança de comando na Empresa Brasil de Comunicação (EBC). Samira destacou que a estratégia adotada pelo ex-presidente da República Jair Bolsonaro de desqualificar a imprensa durante seu mandato foi um dos principais motivos para essa queda.

O relatório revela que, de 2019 a 2022, o ex-presidente foi responsável por 570 ataques contra veículos de comunicação e jornalistas. A Fenaj considera esse cenário como uma forma de violência institucionalizada. No entanto, apesar da redução geral, o número de casos de violência contra jornalistas ainda é alto no país. O relatório apontou um aumento significativo nas ações judiciais com o objetivo de cercear a liberdade de imprensa, assim como o aumento dos ataques contra sindicatos e sindicalistas.

O relatório também destacou a divisão de casos por gênero, mostrando uma maior incidência de violência contra homens em comparação com mulheres. No entanto, Samira de Castro ressaltou a importância de considerar a questão do assédio sexual e moral enfrentado pelas jornalistas no exercício da profissão.

Por fim, a Fenaj ressaltou a necessidade de a sociedade brasileira entender que a violência contra jornalistas é um ataque à democracia, e destacou o ocorrido em 8 de janeiro, quando dezenas de jornalistas foram agredidos em Brasília. A presidenta da Fenaj ressaltou que a extrema-direita buscou calar a imprensa e os profissionais de jornalismo, o que representa uma ameaça à liberdade de imprensa e à democracia.

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