De acordo com a presidenta da Fenaj, Samira de Castro, as mudanças nos tipos de agressão foram fundamentais para esse resultado. Ela apontou que houve uma redução significativa na categoria “descredibilização da imprensa” e na censura, em grande parte devido à mudança de comando na Empresa Brasil de Comunicação (EBC). Samira destacou que a estratégia adotada pelo ex-presidente da República Jair Bolsonaro de desqualificar a imprensa durante seu mandato foi um dos principais motivos para essa queda.
O relatório revela que, de 2019 a 2022, o ex-presidente foi responsável por 570 ataques contra veículos de comunicação e jornalistas. A Fenaj considera esse cenário como uma forma de violência institucionalizada. No entanto, apesar da redução geral, o número de casos de violência contra jornalistas ainda é alto no país. O relatório apontou um aumento significativo nas ações judiciais com o objetivo de cercear a liberdade de imprensa, assim como o aumento dos ataques contra sindicatos e sindicalistas.
O relatório também destacou a divisão de casos por gênero, mostrando uma maior incidência de violência contra homens em comparação com mulheres. No entanto, Samira de Castro ressaltou a importância de considerar a questão do assédio sexual e moral enfrentado pelas jornalistas no exercício da profissão.
Por fim, a Fenaj ressaltou a necessidade de a sociedade brasileira entender que a violência contra jornalistas é um ataque à democracia, e destacou o ocorrido em 8 de janeiro, quando dezenas de jornalistas foram agredidos em Brasília. A presidenta da Fenaj ressaltou que a extrema-direita buscou calar a imprensa e os profissionais de jornalismo, o que representa uma ameaça à liberdade de imprensa e à democracia.