Operação Vigilância Aproximada da PF investiga monitoramento ilegal de autoridades por ex-diretor da Abin Alexandre Ramagem

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Operação Vigilância Aproximada: Ex-diretor da Abin Alexandre Ramagem é investigado por monitoramento ilegal de autoridades, jornalistas e políticos

Nesta quinta-feira, 25 de março, a Polícia Federal deflagrou a Operação Vigilância Aproximada, com o objetivo de investigar uma suposta organização criminosa que teria se instalado na Agência Brasileira de Inteligência (Abin) para monitorar ilegalmente autoridades, jornalistas e políticos. O ex-diretor da Abin e atual deputado federal pelo PL-RJ, Alexandre Ramagem, é um dos principais alvos dessa operação.

Segundo as informações divulgadas, esse monitoramento teria sido feito sem autorização judicial, por meio da ferramenta First Mile, utilizada para geolocalização de dispositivos móveis. Ramagem, que foi nomeado diretor-geral da Abin em 2019 pelo ex-presidente Jair Bolsonaro, deixou o cargo em março de 2022. As suspeitas levantadas contra o ex-diretor foram comentadas pelo presidente do PL, Valdemar Costa Neto, nas redes sociais.

Costa Neto afirmou que a operação da Polícia Federal contra Alexandre Ramagem é uma perseguição devido ao seu relacionamento com Bolsonaro. Ele também criticou a atuação do Congresso Nacional nesse caso, considerando que isso poderia beneficiar a eleição de Ramagem no Rio de Janeiro.

A utilização irregular do sistema de geolocalização já havia sido denunciada à Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) por operadoras de telefonia. De acordo com a Anatel, há três processos a respeito do assunto em andamento, mas os documentos estão com restrições de acesso de acordo com a legislação vigente.

A Operação Vigilância Aproximada cumpriu nesta quinta-feira 21 mandados de busca e apreensão, além de medidas cautelares que incluem a suspensão imediata do exercício das funções públicas de sete policiais federais. Ao todo, 18 diligências de busca e apreensão foram cumpridas em Brasília, uma em Juiz de Fora (MG), uma em São João Del Rei (MG) e uma no Rio de Janeiro.

Essa operação é uma continuação das investigações da Operação Última Milha, deflagrada em outubro do ano passado. As provas obtidas pela PF indicam que o grupo investigado criou uma estrutura paralela na Abin e utilizou ferramentas do Estado para produzir informações para uso político e midiático, interferindo até mesmo em investigações da Polícia Federal.

Em outubro de 2023, a Abin informou que sua Corregedoria-Geral havia concluído o processo de correição extraordinária sobre o sistema de geolocalização e que uma sindicância investigativa interna foi instaurada para apurar se o sistema foi utilizado de forma irregular. O Ministério Público Federal também abriu um procedimento para apurar a denúncia, e a Polícia Federal instaurou um inquérito para averiguar o caso.

A defesa de Alexandre Ramagem não foi contatada para comentar o caso até o fechamento desta matéria.

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