Colômbia declara situação de “desastre natural” por conta de incêndios florestais que devastaram paisagem andina e afugentaram animais.

Os incêndios florestais na Colômbia têm causado uma devastação sem precedentes, levando à situação de “desastre natural” decretada pelo governo. Os fogos, que começaram na segunda-feira (22), varreram uma vasta área rural em Nemocón, localizado a 60 km de Bogotá. As chamas transformaram o verde e exuberante bosque andino em um cenário desolador de cinzas.

Os incêndios vêm causando uma série de problemas, com a perda de vegetação e habitats naturais, levando ao deslocamento de animais silvestres, e a uma situação de emergência climática. A seca prolongada causada pelo fenômeno climático El Niño contribuiu para a propagação dos incêndios. Até o momento, o governo identificou 34 focos de incêndio florestal em todo o país, resultando na perda estimada de 17.100 hectares de vegetação desde novembro.

María Yadira Jiménez, uma guia turística no local, se juntou a um grupo de voluntários, bombeiros e socorristas para tentar conter as chamas antes que causem um dano ainda mais irreparável. Os esforços para extinguir os incêndios têm sido hercúleos, mas as altas temperaturas e a seca têm complicado a situação.

O presidente Gustavo Petro pediu ajuda internacional diante do desastre eminente, enquanto a Unidade Nacional para a Gestão do Risco de Desastres (UNGRD) calcula que o país enfrenta um dos momentos mais complicados desde que o El Niño começou a afetar o clima local.

A população local acusa uma empresa de eletricidade como a provável causa dos incêndios, gerados em função das condições climáticas extremas recentemente vivenciadas na região. Enquanto isso, as temperaturas continuam a subir, e o Instituto de Hidrologia, Meteorologia e Estudos Ambientais do país (Ideam) prevê que janeiro de 2024 tem sido um dos meses mais quentes em 30 anos.

A situação tem causado alertas na capital, Bogotá, onde a densa fumaça das montanhas próximas tem levado à recomendação de evitar exercícios ao ar livre e restringir o uso de veículos particulares. As máscaras, inicialmente esquecidas desde o fim da pandemia, voltaram a ser utilizadas pela população para proteção.

Enquanto a população aguarda a chegada das chuvas, os rituais realizados pelos indígenas locais pedindo chuva aos ancestrais têm sido uma forma de clamar por alívio diante da crise climática iminente. Todo esse cenário tem causado grande preocupação entre os habitantes locais e autoridades, que temem as consequências a longo prazo dessa devastação ambiental.

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