A vice-presidente do Parlamento ucraniano, Olena Kondratyuk, anunciou que o projeto de lei vai modificar a legislação de novembro, suprimindo a parte que tratava do descarte do material de militares mortos em combate. Ela manifestou esperança de que uma onda de indignação pública convença os deputados a aprovarem a modificação ao projeto original.
A questão ganhou destaque nacional após a advogada Olena Babych apresentar, em suas redes sociais, o relato da viúva de um soldado que buscava usar o material genético do marido falecido para realizar uma inseminação artificial. A medida gerou um intenso debate na sociedade ucraniana.
Países como Rússia e Israel, que enfrentaram situações semelhantes, oferecem serviços de armazenamento de material reprodutivo de militares e, em casos de morte, permitem o uso do material para fertilização. Nos Estados Unidos, clínicas privadas forneceram serviços similares para militares durante conflitos no Iraque e Afeganistão.
A discussão sobre o projeto de lei também se conecta a uma preocupação demográfica na Ucrânia. O país enfrentava uma crise populacional antes mesmo do conflito com a Rússia. A guerra agravou o cenário, com milhares de mortos e feridos, além de milhões de refugiados. Autoridades temem que a população, que já estava em declínio, possa diminuir ainda mais nas próximas décadas.
A ministra da Economia, Yuliia Svyrydenko, expressou sua preocupação em relação ao retorno dos refugiados que deixaram o país. Para Kondratyuk, as mudanças no projeto sobre o material genético dos militares mortos visam garantir a sobrevivência da nação ucraniana, permitindo a continuação de suas linhagens.
A deputada defendeu a necessidade de tomar decisões difíceis para garantir a preservação do fundo genético ucraniano. Ela ressaltou que é preciso dar à nação uma chance de sobreviver diante do cenário desafiador. Espera-se que a discussão sobre a modificação da legislação continue a gerar repercussão na sociedade ucraniana e que seja debatida no Parlamento.