Braskem é questionada sobre fechamento de minas de sal-gema em Maceió após rompimento de mina #18.

Um parecer técnico recente emitido pela Agência Nacional de Mineração (ANM) está questionando a precisão das informações fornecidas pela petroquímica Braskem sobre as medidas adotadas para fechar as 35 frentes de extração e remoção de sal-gema das minas exploradas pela empresa em Maceió, entre 1976 e 2019.

Os técnicos do grupo de trabalho responsável por analisar os documentos apresentados pela Braskem e suas empresas de consultoria expressaram a necessidade de esclarecimento em relação ao critério utilizado na avaliação do risco da ocorrência de novos abatimentos abruptos. Isso veio à tona após a ocorrência registrada em novembro de 2023 na frente de lavra M#18.

Este evento particular ficou amplamente conhecido como a mina nº 18 e aconteceu quando parte dela cedeu em dezembro, resultando em um buraco sob as águas da Lagoa Mundaú. O documento da ANM revela que os técnicos da agência ficaram surpresos com a “inesperada ocorrência” devido à imprecisão do conjunto de informações anteriormente fornecidas pela empresa.

Os técnicos revelaram que a possibilidade de ocorrência de novos desabamentos era uma hipótese remota, mas com base nas informações reportadas pela empresa, a frente de lavra M#18 havia sido considerada para ser preenchida com material sólido, um processo que estava em andamento quando ocorreu o incidente. Isso sugere que a bacia ainda está instável, de acordo com o grupo técnico.

Como resultado, os membros do grupo técnico recomendaram à Gerência Regional da ANM em Alagoas que exija que a Braskem apresente um relatório apontando as causas, consequências e justificativas para o rompimento da mina. A empresa assegurou que todas as frentes de lavra e cavidades são monitoradas por diversos instrumentos, e também afirmou que a conclusão dos trabalhos está prevista para meados de 2025.

Com base nisso, a ANM requisitou um relatório detalhado da Braskem sobre a ocorrência e também demandou justificativas para o atraso no preenchimento de outras frentes de lavra. Além disso, o grupo recomendou um cronograma atualizado de fechamento de frentes de lavra que estão em monitoramento, mas ainda não tiveram o método de fechamento definido. A Braskem afirmou que já recebeu o parecer técnico da ANM e que responderá no prazo solicitado.

Essa situação ilustra a importância do monitoramento adequado das atividades de mineração e ressalta a necessidade de transparência por parte das empresas sobre as medidas adotadas para garantir a segurança das operações. A ANM e a Braskem estão trabalhando juntas para abordar as preocupações técnicas e assegurar que todas as ações necessárias sejam tomadas para evitar futuros incidentes.

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