Instituto Butantan se prepara para submeter pedido de registro da nova vacina contra a dengue à Anvisa

O Instituto Butantan é conhecido por ser o maior produtor de vacinas e soros da América Latina e o principal produtor de imunobiológicos do Brasil. Desde 2009, o Instituto vem trabalhando no desenvolvimento de uma nova vacina contra a dengue. Após anos de estudos e ensaios clínicos, a vacina encontra-se atualmente em fase final de testes. O último paciente voluntário que recebeu a dose experimental em junho de 2014 completa cinco anos de acompanhamento. Com toda essa trajetória, a previsão do instituto é que, entre junho e julho, o pedido de registro da vacina seja submetido para análise da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

E por que uma vacina contra a dengue é tão necessária? A dengue é considerada um problema de saúde pública no Brasil e contabiliza um total de quatro sorotipos. O tipo 3, que não circulava de forma epidêmica no país há mais de 15 anos, voltou a registrar casos. Isso significa que uma pessoa pode ser reinfectada por outro sorotipo após já ter pego dengue uma vez, o que pode evoluir para a forma grave da doença, com risco aumentado de morte do paciente.

A vacina em desenvolvimento pelo Butantan é tetravalente e contém os quatro tipos do vírus atenuados. No entanto, há um diferencial importante: ela será administrada em dose única, enquanto a vacina concorrente, da Qdenga, desenvolvida pelo laboratório japonês Takeda, requer duas doses.

Em termos de produção, o caminho para a fabricação da vacina inclui vários passos, como o cultivo do vírus atenuado em células Vero do macaco verde africano, purificação, formulação, liofilização e criação do diluente para ser adicionado ao pó no momento da aplicação da vacina.

Com uma previsão de pedido de registro da vacina contra a dengue para análise da Anvisa em breve, a expectativa é grande. Ela representa um avanço importante no combate a uma doença que tem sido um desafio de saúde pública no Brasil. O desenvolvimento desse imunizante, e sua possível distribuição em larga escala, pode ser um grande passo no controle da dengue e na proteção da população.

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