E por que uma vacina contra a dengue é tão necessária? A dengue é considerada um problema de saúde pública no Brasil e contabiliza um total de quatro sorotipos. O tipo 3, que não circulava de forma epidêmica no país há mais de 15 anos, voltou a registrar casos. Isso significa que uma pessoa pode ser reinfectada por outro sorotipo após já ter pego dengue uma vez, o que pode evoluir para a forma grave da doença, com risco aumentado de morte do paciente.
A vacina em desenvolvimento pelo Butantan é tetravalente e contém os quatro tipos do vírus atenuados. No entanto, há um diferencial importante: ela será administrada em dose única, enquanto a vacina concorrente, da Qdenga, desenvolvida pelo laboratório japonês Takeda, requer duas doses.
Em termos de produção, o caminho para a fabricação da vacina inclui vários passos, como o cultivo do vírus atenuado em células Vero do macaco verde africano, purificação, formulação, liofilização e criação do diluente para ser adicionado ao pó no momento da aplicação da vacina.
Com uma previsão de pedido de registro da vacina contra a dengue para análise da Anvisa em breve, a expectativa é grande. Ela representa um avanço importante no combate a uma doença que tem sido um desafio de saúde pública no Brasil. O desenvolvimento desse imunizante, e sua possível distribuição em larga escala, pode ser um grande passo no controle da dengue e na proteção da população.