Presidente do México critica projeto de lei dos EUA para fechar fronteira em colapso migratório

O presidente do México, Andrés Manuel López Obrador, manifestou na quinta-feira (1º) veemente repúdio a um projeto de lei dos Estados Unidos que permitiria o fechamento da fronteira binacional em casos de crise migratória. Durante sua coletiva de imprensa habitual, López Obrador criticou a superficialidade com a qual os EUA abordam a questão migratória, acusando a manipulação desse tema nos períodos eleitorais. Ele ressaltou ainda que a crise migratória, que está no centro da agenda eleitoral, tem sido utilizada como moeda de troca durante as negociações partidárias.

O projeto de lei em questão é fruto das discussões entre congressistas republicanos e funcionários do governo dos EUA, que condicionam a aprovação do pacote de ajuda à Ucrânia ao endurecimento da política migratória, principalmente diante dos altos números de imigrantes e solicitantes de asilo interceptados na fronteira de 3.200 km. O presidente mexicano questionou o direcionamento dos recursos, apontando que os bilhões de dólares investidos em guerras poderiam ser destinados para o progresso e bem-estar das populações pobres, resolvendo assim as causas da migração ilegal.

Em relação ao fechamento da fronteira, López Obrador enfatizou que seria uma opção extremamente prejudicial para ambos os países, destacando que a resolução do problema migratório passa necessariamente pela abordagem das suas causas. O presidente dos EUA, Joe Biden, expressou apoio ao acordo bipartidário, classificando-o como “o conjunto de reformas mais duras e justas para garantir a segurança” da fronteira, enquanto seu antecessor, Donald Trump, que é conhecido por suas declarações polêmicas sobre a questão migratória, se opõe ao plano, argumentando que ele beneficiaria a “traição de fronteiras abertas” atribuída a Biden.

A controvérsia sobre o projeto de lei em discussão reflete a complexidade da questão migratória, que vai muito além das medidas punitivas propostas. Os desafios enfrentados na gestão da migração requerem uma abordagem holística e um compromisso com a resolução das causas fundamentais, tanto por parte dos Estados Unidos quanto do México. A relação bilateral entre os dois países permanece tensa, enquanto buscam soluções conjuntas para um dos problemas mais urgentes e delicados da atualidade.

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