A reportagem, publicada por Tim Golden, vencedor do Prêmio Pulitzer, na ProPublica, trouxe à tona a possibilidade de que agentes antidrogas dos Estados Unidos descobriram que importantes narcotraficantes teriam entregado cerca de 2 milhões de dólares a operadores políticos durante a campanha do atual presidente mexicano. Segundo os relatos, os criminosos pertenceriam ao cartel de Sinaloa e buscavam facilitar suas operações em um eventual governo de López Obrador.
O presidente não poupou críticas ao governo americano, questionando como Estados Unidos e México poderiam estar sentados à mesa diplomática para discutir o combate às drogas, enquanto informações que o prejudicam estão sendo vazadas. Ele exigiu uma manifestação do Departamento de Estado sobre a veracidade das alegações.
Em resposta, Golden afirmou, em entrevista ao jornal La Opinión, que a reportagem não representa uma acusação definitiva, enfatizando que a informação não é conclusiva e não foi validada por um processo judicial. Destacou que a investigação se baseia em entrevistas com agentes dos Estados Unidos e testemunhas protegidas.
Paralelamente, outra reportagem semelhante foi publicada pela jornalista mexicana Anabel Hernández no portal alemão DW. Em meio à repercussão das acusações, López Obrador atribuiu as denúncias a ataques de seus adversários frente às eleições presidenciais de 2 de junho, nas quais a candidata governista Claudia Sheinbaum é a favorita, de acordo com as pesquisas.
O caso levanta questões sobre as relações diplomáticas entre os países e a imagem do atual governo mexicano. A reação de López Obrador e as alegações de Golden geram incertezas e apontam para um possível desgaste na relação entre México e Estados Unidos. A veracidade das acusações e a postura do governo americano diante das exigências do presidente mexicano devem ser acompanhadas atentamente.