Noite dos Tambores Silenciosos chega à 60ª edição celebrando a luta e resistência do povo negro no Recife.

A capital pernambucana se prepara para celebrar a 60ª edição da Noite dos Tambores Silenciosos, uma das manifestações afro-brasileiras mais impactantes do Carnaval do Recife. O evento, que acontece no Pátio do Terço, no bairro de São José, é um tributo à luta e resistência do povo negro e reúne mais de 20 nações de maracatus da cidade.

A tradição histórica remonta a mais de 50 anos e é marcada por cores, brilhos e muita religiosidade, valorizando a ancestralidade dos povos africanos. A celebração terá início com a cerimônia dos Tambores Mirins, liderada pela orixá Mãe Fátima de Oxum. Em seguida, é a vez dos Eguns, que precedem o ponto alto da noite: à meia-noite, as luzes do Pátio do Terço se apagarão para ouvir os cantos em homenagem ao Orixá.

A Noite dos Tambores Silenciosos tem origem na devoção à Nossa Senhora do Rosário, padroeira da população negra. A celebração acontece no Pátio do Terço, local onde existia intenso comércio de escravos, e, por isso, se tornou um local emblemático de celebração e homenagem aos ancestrais negros.

Com uma programação variada, a noite contará com a participação de diversas nações de maracatus tanto na categoria mirim, quanto na categoria adulta. Grupos como Maracatu Cambinda Africano, Maracatu Erê, Maracatu Leão da Campina, Maracatu Baque Virado Gato Preto, entre muitos outros, farão parte da celebração.

Em meio a essa grandiosa celebração, vale ressaltar que a programação do Carnaval de Olinda teve um início manchado pela violência, com dois homens mortos a tiros no bairro do Carmo, na noite de abertura da festa. Enquanto isso, na área da saúde, começou a vacinação contra a dengue de crianças de 10 a 11 anos.

Mas no Pátio do Terço, o clima é de celebração e reverência à cultura afro-brasileira, onde os tambores ecoarão para celebrar a luta e a resistência do povo negro, em uma manifestação de tradição e história que perdura há mais de meio século.

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