Relatório alertou executivos da OceanGate sobre problemas estruturais no submersível Titan antes do desastroso mergulho ao Titanic.

Um relatório obtido pela ABC News mostra que anos antes do submersível da OceanGate implodir a caminho dos destroços do Titanic, um funcionário já havia alertado os executivos da empresa sobre os problemas na estrutura do Titan.

David Lochridge foi diretor de operações marítimas da companhia e produziu um relatório detalhando os problemas de qualidade e segurança na construção. Ele enfatizou a urgência de abordar as questões e alegou que suas tentativas anteriores de falar sobre os problemas foram ignoradas várias vezes.

O relatório de “inspeção de controle de qualidade” foi endereçado aos executivos da OceanGate em janeiro de 2018. Nele, Lochridge destacou que o Titan não deveria ser tripulado durante nenhum dos próximos testes e listou 25 problemas que encontrou na estrutura da embarcação.

Além disso, o ex-funcionário alertou sobre o revestimento da construção ser composto por materiais inflamáveis que liberavam “fumaça tóxica” e criticou o casco de fibra de carbono utilizado. Stockton Rush, CEO da OceanGate, acreditava que o material iria baratear os custos do projeto, mesmo com as advertências de Lochridge.

Depois de enviar o relatório, uma reunião entre Lochridge e os executivos da empresa, incluindo Rush, ocorreu. Nessa reunião, os sistemas de monitoramento do casco foram discutidos, mas Lochridge afirmou que eles não dariam tempo suficiente para um piloto agir em caso de problemas.

Três dias após essa reunião, Lochridge foi demitido pela OceanGate. Ele então apresentou uma queixa à Administração de Segurança e Saúde Ocupacional (OSHA), alegando que a Lei de Proteção ao Marujo (SPA) foi violada.

Em fevereiro de 2018, a OSHA enviou uma carta à OceanGate informando que uma investigação preliminar estava em andamento. No entanto, depois que a OceanGate respondeu e ameaçou a Lochridge e sua esposa com ação legal, as duas partes resolveram o litígio fora dos tribunais.

Essa história ganhou destaque após a implosão do submersível da OceanGate a caminho dos destroços do Titanic. As investigações apontam que o veículo teve um fim “catastrófico”, resultando na morte de vários passageiros, incluindo o CEO da companhia, Stockton Rush.

Após a resolução do litígio fora dos tribunais, a OSHA suspendeu sua investigação, assumindo que o assunto seria resolvido dentro ou fora dos tribunais. A triste fatalidade em relação ao destino do submersível continua sendo investigada, e as famílias das vítimas ainda buscam respostas para o ocorrido.

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