Equipe médica do hospital Nasser, na Faixa de Gaza, faz apelo por ajuda em meio a situação “catastrófica”, sem água potável.

A equipe médica do hospital Nasser, o mais importante do sul da Faixa de Gaza, está enfrentando uma situação catastrófica devido à falta de água potável, esgotos transbordando no pronto-socorro e franco-atiradores nos telhados. A denúncia aponta para a gravidade da situação em que se encontra esse hospital, que, nas últimas semanas, tem abrigado cerca de 10 mil civis deslocados pela guerra.

O enfermeiro Mohammed al Astal relatou que uma onda de bombardeios e explosões atingiu a cidade de Khan Yunis, onde o hospital está localizado, resultando em três mortes de pessoas deslocadas. O Ministério da Saúde do Hamas informou que milhares de pessoas, incluindo pacientes, tiveram que deixar o hospital devido à situação desesperadora e que a equipe médica não conseguiu transportar os corpos para o necrotério devido ao grave perigo nos arredores.

O Exército israelense afirmou que abriu uma rota segura para retirar os civis refugiados na região do hospital Nasser, mas que não tinha a intenção de evacuar pacientes ou a equipe médica. No entanto, a situação de guerra tem trazido grandes dificuldades para o funcionamento dos hospitais na Faixa de Gaza. A Organização Mundial de Saúde (OMS) afirmou estar “alarmada” com a situação precária do hospital Nasser e alertou que os hospitais da cidade estão sobrecarregados e operando com abastecimento insuficiente.

A OMS destacou ainda que a equipe médica se viu obrigada a realizar amputações por falta de meios para tratar os pacientes, em situações onde seus membros poderiam ser salvos em condições médicas normais. Segundo a ONU, mais de 28.500 pessoas, principalmente mulheres e menores de idade, morreram em Gaza desde o início do conflito, em choques entre Israel e o Hamas, e mais de 68.200 ficaram feridas.

Este quadro de guerra e situação precária nos hospitais da Faixa de Gaza persiste há mais de quatro meses, gerando um grande número de mortos e feridos. A situação se agravou a partir de um ataque sem precedentes do Hamas no sul israelense, resultando na morte de 1.160 pessoas, a maioria civis, de acordo com a contagem da AFP a partir de dados oficiais israelenses. A população local continua a sofrer as consequências desse conflito sangrento, que se prolonga sem uma solução à vista.

Artigos relacionados

Botão Voltar ao topo