Na quinta-feira, soldados israelenses invadiram o maior hospital do sul de Gaza, em busca de corpos de reféns capturados pelo grupo do Hamas. A operação ocorreu no hospital Nasser, em Khan Yunis, e, de acordo com o Exército israelense, foi “seletiva e limitada”.
Apesar de advertências das forças israelenses para que o pessoal médico e os pacientes permanecessem no local, o hospital foi alvo de disparos e tiros, causando caos e medo entre os presentes. Vídeos divulgados nas redes sociais mostram o desespero no local, com as equipes médicas tentando transferir pacientes para locais seguros e pessoas tentando fugir do hospital por corredores estreitos.
A situação no hospital é descrita como “desastrosa e preocupante” pelo Ministério da Saúde de Gaza, que alertou para a falta de água potável, esgoto transbordando nas urgências e atiradores israelenses nos telhados. Além disso, o suprimento de combustível, que alimenta a eletricidade do estabelecimento, está quase esgotado, ameaçando diretamente a vida dos pacientes.
O Exército israelense afirma ter “informações críveis de diversas fontes” indicando que os corpos dos reféns capturados pelo Hamas em outubro estariam retidos no hospital. A operação faz parte dos esforços para encontrar e libertar os reféns israelenses, que foram capturados em um ataque no kibutz Nir Yitzhak, resultando em mais de 1.160 mortes, a maioria civis.
Até o momento, foram libertados 105 dos reféns, mas ainda estima-se que 130 estejam em Gaza, com 29 possíveis mortes. A ofensiva militar israelense deixou mais de 28.600 mortos em Gaza, a maioria civis, segundo o Ministério da Saúde do território. Enquanto o Hamas alega que milhares de civis, incluindo pacientes, tiveram que deixar o hospital devido a ação israelense. O grupo islamista afirmou que o pessoal médico era incapaz de transferir os corpos para o necrotério devido à falta de segurança no local.
A situação no hospital Nasser é um reflexo da tensão e do conflito contínuo entre Israel e o Hamas, que já resultou em inúmeras mortes e sofrimento para a população civil. A busca pelos corpos de reféns capturados mostra a gravidade do impasse entre os dois lados e a necessidade de uma solução pacífica para o conflito.
