O cachorro-vinagre é um canídeo de corpo alongado, orelhas arredondadas, pernas curtas e membranas interdigitais que facilitam sua locomoção na água. Esses animais possuem uma coloração castanho-avermelhada, com os filhotes nascendo em um tom acinzentado. Eles são considerados os menores entre os canídeos brasileiros, medindo entre 57 e 75 cm de comprimento, com cauda de 12 a 15 cm e peso variando entre 5 e 8 kg.
De acordo com a analista ambiental do ICMBio, Fernanda Colares, a aparição desses animais é extremamente rara. Ela ressaltou que, embora relatos de moradores da região já indicassem a presença da espécie, as fotos representam a confirmação da existência dos cachorros-vinagre no interior do parque.
Para capturar imagens da matilha de cachorros-vinagre e de outras espécies, foi necessário instalar mais de 60 câmeras fotográficas em locais estratégicos dentro da unidade de conservação, conforme informado pelo ICMBio.
Fernanda Colares enfatizou que a presença desses animais no parque é um sinal de que a unidade de conservação tem desempenhado um papel efetivo na proteção da biodiversidade amazônica. Além dos cachorros-vinagre, o programa de monitoramento registrou a presença de outras espécies, como antas, iraras, queixadas, onças-pardas, capivaras, veados, entre outros.
O Parque Nacional Montanhas do Tumucumaque também abriga espécies raras para o estado do Amapá, como o furão, e outras ameaçadas de extinção, como o tatu-canastra, tamanduá-bandeira, onça-pintada e ariranha. Além disso, a unidade de conservação é o lar de espécies endêmicas, como a cuica, a preguiça bentinho, a caiarara, o macaco-voador e a coamba.
Com uma área de 3.846.427 hectares, o Parque Nacional Montanhas do Tumucumaque foi criado em 2002 e está localizado na região noroeste do Amapá, fazendo fronteira com a Guiana Francesa e o Suriname. A preservação desse ambiente contribui para a conservação de uma grande diversidade de espécies, incluindo 48 tipos de morcegos, que desempenham um papel essencial na dispersão de sementes e na polinização de plantas, servindo como indicadores do nível de conservação da área.
