Junho de 2021 foi marcado por um acontecimento trágico que chocou o mundo: o assassinato do presidente do Haiti, Jovenel Moïse. Desde então, as investigações vinham acontecendo para identificar os responsáveis por esse crime hediondo. Nesta segunda-feira, 19 de julho, um juiz emitiu um relatório final que aponta a viúva do presidente, Martine Moïse, o ex-primeiro-ministro Claude Joseph e o ex-chefe da Polícia Nacional do Haiti, Léon Charles, entre outros como cúmplices ou envolvidos no assassinato.
As acusações mais graves recaem sobre Léon Charles, que agora atua como representante permanente do Haiti na Organização dos Estados Americanos (OEA). Entre as acusações, estão assassinato, tentativa de assassinato, posse e porte ilegal de armas, conspiração contra a segurança interna do Estado e associação de criminosos. Por outro lado, Martine Moïse e Claude Joseph foram acusados de cumplicidade e associação criminosa.
A divulgação das conclusões do juiz se dá em um momento de grande desestabilização política no Haiti, que já enfrenta um aumento da violência de gangues e ainda sofre com os desdobramentos de protestos violentos que pediram a renúncia do primeiro-ministro Ariel Henry.
Segundo o relatório que tem 122 páginas em seu conteúdo, quase cinquenta suspeitos foram indiciados, e onze deles já foram extraditados para os Estados Unidos, onde foram acusados e três deles já foram condenados. A procuradoria dos EUA classificou o caso como um plano que teria sido arquitetado tanto no Haiti quanto na Flórida para contratar mercenários com o intuito de sequestrar ou assassinar o presidente Moïse.
Até o momento, os acusados não se pronunciaram publicamente sobre as acusações ou o relatório final emitido pelo juiz. O desdobramento dessa situação certamente terá grandes repercussões no Haiti e no cenário internacional, à medida que segue a busca por justiça e esclarecimento sobre o caso do assassinato do presidente Jovenel Moïse.
