Padre que se recusa a fornecer senhas de celular é citado em operação que apura tentativa de golpe de Estado.

Operação Tempus Veritatis investiga tentativa de golpe de Estado e abolição do Estado Democrático de Direito por parte do ex-presidente Jair Bolsonaro e seus aliados políticos.

Na referida operação, o padre José Eduardo de Oliveira e Silva entregou seu aparelho celular às autoridades, porém se recusou a fornecer as senhas do dispositivo. Ele justificou que seu “sigilo sacerdotal não pode ser violado”, uma vez que o celular armazena os “dramas mais profundos” de fiéis.

Em uma live transmitida na última quinta-feira, o padre revelou que atende espiritualmente diversas autoridades, como políticos, desembargadores e outros padres, e não pode expor os segredos de quem o procura. Além disso, ele revelou que muitas pessoas, incluindo prefeitos, vereadores, deputados, juízes, entre outros, procuram seu auxílio espiritual devido à sua missão como sacerdote.

Com mais de 340 mil seguidores nas redes sociais, o padre utiliza a internet para divulgar seus pensamentos e pedir doações, além de divulgar cursos que vende na internet.

Além disso, ele reafirmou sua posição em defesa da vida, contra o aborto e a favor da família, e contra as ideologias que pretendem destruir a identidade das pessoas. Ele também deixou claro que sempre ensinou sobre a importância de obedecer à lei positiva, de acordo com seu conhecimento como professor de teologia moral.

Segundo a Polícia Federal, o padre José Eduardo de Oliveira e Silva foi identificado como participante de uma reunião no Palácio do Planalto, na qual teria sido discutida uma minuta golpista para impedir a posse do então presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva. Além disso, foi informado que o clérigo possui conexões com pessoas e empresas já investigadas em inquéritos correlacionados à produção e divulgação de notícias falsas.

Em resposta, o padre afirmou estar à disposição da justiça e reforçou sua posição em defesa da Constituição Federal, rejeitando qualquer ato disruptivo. A Diocese de Osasco também se posicionou, afirmando que colaborará com as autoridades na elucidação do caso.

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