Os manifestantes levavam cartazes com frases de impacto, como “O mundo rural morre” e “Sem o campo, a cidade não come”, reivindicando melhorias nas condições de trabalho e repudiando a burocracia enfrentada pelo setor. Segundo José Ignacio Rojo, um dos participantes do protesto, os agricultores esperam ser ouvidos pelas autoridades e ter suas demandas atendidas.
Além dos problemas com os preços dos produtos, os agricultores enfrentam dificuldades com a burocracia do setor, que envolve questões administrativas e trabalhistas. Muitos relatam a sobrecarga de trabalho, com jornadas extenuantes e papelada excessiva.
O coordenador nacional do União de Uniões, Luis Cortés, enfatizou a necessidade de simplificar os processos administrativos e proteger os agricultores, que frequentemente vendem seus produtos com prejuízo. Além disso, criticou a concorrência desleal dos produtos importados de países não europeus, que não seguem as mesmas regras impostas aos produtores espanhóis.
Os protestos não se limitaram a Madri, se espalhando por outras regiões do país, como Múrcia e Málaga, e tiveram repercussão em países como França e Grécia, onde os agricultores também realizaram atos em repúdio às condições de trabalho no campo. A Comissão Europeia sinalizou a realização de concessões diante das mobilizações, em particular no que diz respeito à redução do uso de pesticidas na UE.
O ministro da Agricultura, Luis Planas, divulgou um comunicado prometendo dar respostas às preocupações dos agricultores, defendendo a aplicação de “cláusulas espelho” para equiparar as normas dos produtos importados às exigências impostas aos agricultores europeus. Apesar de afirmar o compromisso do governo em apoiar o setor, o ministro enfrenta a pressão de um movimento crescente de agricultores e pecuaristas europeus, ansiosos por mudanças e melhorias em suas condições de trabalho.