A atividade de um buraco negro supermassivo é invisível por definição, porém, sua ação ilumina o centro de sua galáxia, formando um quasar. O núcleo da galáxia detectado pelo Very Large Telescope (VLT), parte da rede de observação do ESO, é considerado o objeto mais brilhante do universo conhecido. Esse brilho demorou 12 bilhões de anos para chegar aos instrumentos do VLT, localizado no Chile, o que permitiu associar sua existência à uma era primitiva do Universo.
O brilho do quasar J0529-4351 foi detectado pela primeira vez na década de 1980, mas uma análise automática dos dados do satélite Gaia classificou-o inicialmente como uma estrela muito brilhante. No entanto, no ano passado, foi identificado como quasar por pesquisadores através do observatório de Siding Spring, na Austrália, e o instrumento X-shooter do VLT.
Segundo informações do ESO, o buraco negro supermassivo em questão atrai uma quantidade colossal de matéria a velocidades extremamente altas, emitindo um brilho equivalente ao de mais de 500 bilhões de sóis. Considerando que o universo tem 13,8 bilhões de anos, a descoberta do quasar permite a análise de uma região do espaço que remonta aos primórdios do cosmos.
Essa descoberta representa um marco importante no estudo de buracos negros supermassivos e pode fornecer conhecimentos valiosos para a compreensão de como o universo se formou e evoluiu ao longo de bilhões de anos. Com essa nova informação, é possível ampliar nossa compreensão sobre a natureza dos quasares e a atividade dos buracos negros supermassivos.