O despacho assinado por Fux na terça-feira (20) destaca que “os indícios de possível prática criminosa estão bem descritos na representação da Autoridade Policial, com possível ação conjunta dos investigados no suposto esquema criminoso”. Ele atendeu a pedido da Polícia Federal (PF), com aval da PGR, e a decisão foi motivada por notícias-crime apresentadas por parlamentares de oposição contra Janones.
De acordo com as investigações, o portal Metrópoles publicou um áudio em que Janones aparece solicitando a seus assessores o repasse de parte dos salários para ajudar a pagar prejuízos com a campanha eleitoral de 2016, quando o parlamentar disputou a prefeitura de Ituiutaba (MG), sem sucesso. Alguns assessores ainda atuam com o parlamentar e foram ouvidos pela PF, com divergências nos depoimentos e, por isso, a quebra dos sigilos se fez necessária.
A Agência Brasil tentou contato com a assessoria de Janones, mas até o momento não obteve retorno. O deputado, desde que o caso veio à tona, nunca negou a autoria do áudio, alegando que se tratava de uma espécie de “vaquinha” para cobrir gastos de campanha. Em janeiro, quando a PF pediu a quebra dos sigilos, Janones publicou uma nota em que estranha a solicitação, pois afirma que já colocou os documentos à disposição desde o início das investigações e ainda não foi ouvido.
Além disso, o Conselho de Ética da Câmara dos Deputados abriu um processo contra o parlamentar em dezembro, após representação do PL. Janones, por sua vez, se mostra confiante em sua absolvição. Enquanto isso, as investigações continuam em andamento e a conduta do deputado está sob escrutínio.
