Operação Xarope II: PF desarticula organização criminosa que movimentou R$4 milhões com venda de mel falsificado em MG.

Na manhã desta quarta-feira (21), cerca de 80 policiais federais participaram de uma operação em Minas Gerais com o objetivo de desarticular uma organização criminosa suspeita de movimentar cerca de R$ 4 milhões com a venda de mel falsificado no ano passado. A ação resultou no cumprimento de dezesseis mandados de busca e apreensão na cidade de Campestre, localizada a cerca de 40 quilômetros de Varginha (MG).

A Operação Xarope II é fruto de investigações iniciadas em 2021 e teve o apoio do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, da Polícia Rodoviária Federal e da Polícia Militar Rodoviária de Minas Gerais. Segundo a Polícia Federal, os investigados usavam açúcar invertido – uma espécie de xarope de açúcar – para produzir mel falso, comprando o quilo do xarope por R$ 3 e vendendo o produto como mel puro por até R$ 60 em Minas Gerais e São Paulo.

Além disso, o grupo chegava a acrescentar favos de mel verdadeiros em algumas embalagens e falsificava o registro do Sistema de Inspeção Federal (SIF). Todo o processo era realizado em condições precárias de higiene, o que reforça a gravidade do caso. Outro dado impactante é que a adulteração de mel é recorrente na região sul de Minas Gerais, e exige fiscalização mais rigorosa por parte do Poder Público.

O presidente da Confederação Brasileira de Apicultura e Meliponicultura (CBA), Sérgio Luiz Gonçalves Farias, destacou que as falsificações afetam a credibilidade do trabalho de mais de 350 mil criadores de abelhas e produtores de mel em todo o país, tornando a ação da PF bastante importante para o setor. Ele ressaltou a necessidade de regulamentação de aspectos comerciais legais relacionados ao mel, e alertou sobre a presença de produtos de má qualidade no mercado.

Farias destacou que a ação desses indivíduos e empresas que vendem produtos de má qualidade causa um impacto psicológico nos consumidores, levando parte da população a duvidar da procedência do mel. Ele também alertou para a possibilidade de que as falsificações possam prejudicar a saúde dos consumidores, enfatizando a importância de buscar comprar de fontes seguras e de estabelecimentos confiáveis.

Portanto, a operação da PF em Minas Gerais não apenas desmantelou uma organização criminosa responsável pela venda de mel falsificado, mas também ressaltou a importância de fortalecer a fiscalização na produção e comercialização do mel no país, visando a proteção da saúde dos consumidores e a preservação da credibilidade desse importante setor produtivo.

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