Produção mundial de resíduos sólidos domiciliares pode aumentar 80% até 2050, aponta relatório global da ONU e ISWA

A geração de resíduos sólidos domiciliares no mundo deve aumentar consideravelmente nos próximos anos caso não haja mudanças nos padrões de produção, consumo e descarte de materiais. Segundo o relatório Global Waste Management Outlook 2024 (GWMO 2024), lançado durante a Assembleia das Nações Unidas para o Ambiente, em Nairóbi, a previsão é de um crescimento de 80% na quantidade de resíduos gerados, passando de 2,1 bilhões de toneladas anuais para 3,8 bilhões até 2050.

O presidente da International Solid Waste Association (ISWA), Carlos Silva Filho, um dos autores do relatório, destacou a preocupante tendência de aumento na produção de resíduos sólidos e alertou para os impactos negativos que essa realidade pode trazer. O descarte inadequado de resíduos em lixões e aterros a céu aberto representa um sério problema, contribuindo para maiores emissões de gases de efeito estufa, perda de biodiversidade e riscos para a saúde humana.

No Brasil, os números também são alarmantes, com previsão de crescimento na produção de resíduos sólidos domiciliares. Ainda segundo o relatório, o país segue uma tendência de aumento acelerado na geração de resíduos, mas apresenta baixos índices de reciclagem e destinação correta dos materiais. Ainda há um grande número de pessoas sem acesso a serviços básicos de limpeza urbana, o que contribui para o descarte inadequado de toneladas de resíduos no meio ambiente.

Para reverter esse cenário, especialistas apontam a necessidade de um novo modelo de design, produção, venda e descarte de materiais, bem como a implementação de medidas como a responsabilidade estendida dos produtores. Propostas como aumentar a reciclagem para 60% e reduzir a geração per capita de resíduos sólidos para 600 gramas são consideradas como medidas viáveis para alcançar um cenário mais sustentável até 2050, com a eliminação dos destinos inadequados para resíduos.

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