Inundações históricas provocam cenário de desespero em Cobija, na Amazônia boliviana, com água até o telhado e barcos como único transporte.

No coração da Amazônia boliviana, a cidade de Cobija enfrenta uma crise humanitária sem precedentes devido às inundações causadas pelas tempestades e pelo transbordamento do rio Acre, na fronteira com o Brasil. Com a água atingindo alturas de até 17 metros, os moradores se veem em uma situação desesperadora, onde barcos se tornaram a única forma de transporte.

Localizada a 1.200 quilômetros de La Paz, a cidade de Cobija viu 16 bairros serem completamente inundados. A prefeita Ana Lucía Reis, em entrevista à AFP, relatou a gravidade da situação, com famílias perdendo tudo devido às enchentes sem precedentes. O rio Acre chegou a atingir os 17 metros de altura, ultrapassando o recorde anterior de 2015, quando registrou 15,5 metros.

Com uma população de 100 mil habitantes, a cidade situada a 280 metros acima do nível do mar enfrenta um desastre municipal, resultando na necessidade de recursos de emergência por parte das autoridades nacionais. Embora não haja registros de mortes até o momento, cerca de 300 casas estão completamente submersas, exigindo uma grande operação de resgate e assistência.

A prefeita Ana Lucía atribui parte da situação às mudanças climáticas causadas pela ação humana, como desmatamento e queimadas na Floresta Amazônica. Estudos indicam que a Bolívia passou por um período de seca seguido por chuvas intensas concentradas em um curto período de tempo, agravando ainda mais a situação de Cobija e outras regiões afetadas.

Os impactos das chuvas na Bolívia são evidentes, com o departamento de La Paz sendo um dos mais afetados pela temporada de precipitações e inundações. As previsões meteorológicas apontam para uma diminuição no padrão de chuvas se intensificando ao longo dos anos, o que aumenta a vulnerabilidade das comunidades locais a desastres naturais.

Diante desse cenário, as autoridades e organizações locais e nacionais precisam se unir para oferecer apoio humanitário, auxílio logístico e recursos necessários para ajudar a população de Cobija a se recuperar dessas inundações históricas. É urgente que medidas sejam tomadas para enfrentar os desafios das mudanças climáticas e proteger as comunidades vulneráveis da região amazônica boliviana.

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