Durante seu discurso na abertura das sessões ordinárias do Congresso argentino, Milei argumentou que a Télam tem sido utilizada como um “meio de propaganda kirchnerista”, referindo-se ao movimento de oposição associado aos ex-presidentes Néstor e Cristina Kirchner. A notícia gerou reações imediatas por parte de diversos setores da sociedade argentina.
A secretária-geral da Fatpren, Carla Gaudensi, fez questão de afirmar que a Télam não fechará e convocou a união dos trabalhadores da agência e de todo o povo argentino para defender a agência e o patrimônio público do país. Além disso, a deputada Myriam Bregman classificou o anúncio como mais um ataque aos trabalhadores e convocou ações de resistência.
A Comisión Gremial Interna (CGI) da Télam convocou uma assembleia geral para traçar estratégias de enfrentamento à decisão do presidente Milei. Em comunicado conjunto, o SiPreBA e a Fatpren lembraram a importância da agência na produção de material utilizado por todos os meios de comunicação privados do país.
Criada há 78 anos, a Télam é a única agência de notícias com correspondentes em todas as províncias argentinas, produzindo cerca de 500 matérias e 200 fotografias por dia. A decisão de encerramento da agência não é inédita e já foi tema de controvérsias em governos anteriores. Em meio a uma intensa batalha política e sindical, a Télam segue sob ameaça de fechamento, enquanto a sociedade argentina se mobiliza em defesa da liberdade de imprensa e do pluralismo informativo.