Divulgado nesta terça-feira (5), o estudo realizado pela Rede Nossa São Paulo em parceria com o instituto Inteligência em Pesquisa e Consultoria Estratégica (Ipec) traz à tona a percepção dos moradores da cidade em relação a temas como violência, assédio e divisão de tarefas domésticas.
Dentre os tipos de assédio sofridos pelas mulheres entrevistadas, os gestos, olhares incômodos e comentários invasivos foram citados por 53% delas, seguido pelo assédio no transporte público (44%) e no ambiente de trabalho (29%). Outras situações relatadas incluem ser agarrada, beijada ou desrespeitada sem consentimento (25%), assédio em transporte particular (15%) e no ambiente familiar (13%).
O estudo revela que a maioria das mulheres considera o transporte público como o local de maior risco para sofrer assédio, com 37% das entrevistadas indicando essa situação. Em seguida, aparecem a rua (24%), bares e casas noturnas (10%) e pontos de ônibus (8%).
Para combater o assédio e a violência contra a mulher, 49% dos entrevistados (homens e mulheres) acreditam que o aumento da pena dos agressores é a medida prioritária. Em seguida, a ampliação dos serviços de proteção (37%) e a criação de novas leis são apontadas como possíveis soluções para o problema.
No que diz respeito à divisão de tarefas domésticas, a pesquisa mostra que em 41% dos lares paulistanos as mulheres são responsáveis por todas ou a maior parte das atividades. Já em 41% das residências, as tarefas são divididas igualmente entre homens e mulheres. A diferença de percepção entre homens e mulheres sobre a divisão de afazeres domésticos é evidenciada, com 32% das mulheres indicando uma divisão igualitária, enquanto 50% dos homens têm essa mesma percepção.
O estudo conclui que as mulheres tendem a assumir mais responsabilidades nas tarefas cotidianas, como cuidar dos filhos, enquanto os homens se envolvem mais em afazeres complementares, como consertos e organização.
Os resultados da pesquisa reforçam a persistência dos estereótipos de gênero no ambiente doméstico e a necessidade de avanços na igualdade de direitos e responsabilidades entre homens e mulheres.