CCJ do Senado aprova PEC que torna crime a posse e porte de drogas sem autorização, com distinção entre usuário e traficante.

Na última quarta-feira (13), a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado aprovou por votação simbólica uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que propõe a inclusão de um novo item no artigo 5º da Carta Magna. Segundo a nova proposta, “a lei considerará crime a posse e o porte, independentemente da quantidade, de entorpecentes e drogas afins sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar”.

Dos 27 senadores que compõem a CCJ, apenas quatro se manifestaram contrários ao texto. O relator da PEC, o senador Efraim Filho (União-PB), defendeu que o parlamento brasileiro é o “fórum adequado” para debater o tema e argumentou que permitir a posse de qualquer quantidade de maconha poderia favorecer o tráfico de drogas.

A proposta de emenda à Constituição surge como resposta a um julgamento em andamento no Supremo Tribunal Federal (STF) que analisa se o porte de maconha para uso pessoal pode ser considerado crime. O debate no STF visa também estabelecer critérios claros para diferenciar traficantes de usuários com base na quantidade de droga encontrada.

Durante a sessão, o senador Rogerio Marinho (PL-RN) propôs uma emenda que destaca a necessidade de se observar as circunstâncias específicas de cada caso para diferenciar usuários de traficantes. A discussão no Senado refletiu também a preocupação com a possibilidade de encarceramento de usuários de drogas, o que poderia fortalecer facções criminosas.

Por outro lado, senadores favoráveis à PEC argumentaram que o julgamento do STF estaria invadindo competências do Congresso Nacional. A definição de quem é usuário ou traficante, segundo o senador Rogério Marinho, deveria ser feita pelas autoridades que fazem as apreensões.

O debate sobre a criminalização da posse e porte de drogas convida a uma reflexão mais ampla sobre políticas públicas voltadas para o combate às drogas e a proteção dos direitos individuais dos cidadãos. A decisão final sobre a PEC ainda precisa passar pela análise do plenário do Senado, onde se espera uma discussão fervorosa sobre o tema.

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