Delação de ex-sargento traz esperança na identificação dos mandantes dos assassinatos de Marielle Franco e Anderson Gomes

A revelação feita pelo ex-sargento da Polícia Militar, Ronnie Lessa, que originou uma delação premiada ainda não homologada pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ), trouxe à tona novas esperanças na resolução do caso dos assassinatos da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes. Essa colaboração aponta para a possibilidade de identificar os mandantes por trás desses crimes hediondos.

Agora, a decisão está nas mãos do ministro Raul Araújo. Lessa mencionou a existência de dois mandantes, e o fato de a delação depende da homologação do STJ sugere que, pelo menos um deles, possui foro privilegiado. Entre os investigados pela Polícia Federal e pelo Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público do Rio, o conselheiro do Tribunal de Contas do Estado, Domingos Brazão, é o único com essa prerrogativa. Brazão refuta veementemente qualquer envolvimento nos crimes, alegando ser inocente.

As investigações continuam em sigilo absoluto enquanto aguardam a homologação. A expectativa de prisão dos mandantes até a data em que o duplo homicídio completa seis anos, nesta quinta-feira, foi frustrada devido à dependência da decisão do tribunal. As autoridades do Ministério da Justiça e da Polícia Federal em Brasília tinham assegurado a resolução do caso até essa data, porém a situação atual levanta questionamentos sobre a viabilidade dessa previsão.

A principal linha de investigação aponta para a disputa por terras na Zona Oeste do Rio como motivação para os assassinatos. O compromisso feito pelo ex-ministro da Justiça, Flávio Dino, com a viúva de Marielle, a vereadora Mônica Benício, de elucidar o caso neste ano, ressalta a importância dessa resolução para os familiares das vítimas. Dino, que em breve assumirá uma vaga no Supremo Tribunal Federal (STF), demonstrou o compromisso de desvendar esse crime como uma questão de honra.

Com a colaboração premiada de ex-agentes envolvidos nos crimes, como Élcio de Queiroz e Maxwell Corrêa, novas informações foram reveladas, proporcionando avanços significativos nas investigações. A atuação conjunta da Polícia Federal e do Gaeco vem esclarecendo os detalhes sobre a execução de Marielle e Anderson, trazendo à luz os responsáveis por esses atos cruéis. A expectativa é que a justiça seja feita e que os culpados sejam responsabilizados pelo que fizeram.

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