Com 11 meses de atraso nos salários, os operários estavam esperando por uma reunião entre a empresa e o Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos e Região, marcada para o mesmo dia, que foi posteriormente desmarcada. Diante da situação crítica em que se encontram, os trabalhadores optaram por ocupar o pátio da fábrica como forma de protesto e pressão para que a empresa encontre uma solução para o problema.
O presidente do sindicato, Weller Gonçalves, destacou a angústia dos trabalhadores diante do constante desrespeito por parte da Avibras. Trabalhadores altamente qualificados estão há quase um ano sem receber salários, o que os levou a buscar alternativas informais para garantir o sustento de suas famílias.
Fundada em 1964 e integrante da Base Industrial de Defesa do Brasil, a Avibras é conhecida por sua produção de armamentos como mísseis, lançadores de foguetes e bombas inteligentes, além de insumos para combustível sólido. A empresa conta com cerca de 1,2 mil trabalhadores, os quais estão em greve há um ano e meio, iniciada devido aos constantes atrasos nos pagamentos.
A dívida total da Avibras, que alcançava R$ 376 milhões até abril do ano anterior, resultou em um pedido de recuperação judicial em março de 2022. Essa medida levou à demissão de 420 colaboradores, porém, após uma ação do Sindicato, os cortes foram revertidos e os funcionários foram transferidos para o regime de layoff, com suspensão temporária dos contratos de trabalho.
Em resposta aos recentes acontecimentos, a Avibras divulgou uma nota afirmando estar empenhada em seu plano de recuperação e na entrada de um novo investidor estratégico. A empresa se mostra confiante em superar os desafios atuais e resolver as pendências trabalhistas. Porém, repudia veementemente a invasão do sindicato à fábrica, classificando o ato como incoerente e truculento.
Diante da situação complexa e tensa envolvendo os trabalhadores da Avibras e a direção da empresa, a expectativa agora é de que um diálogo construtivo seja estabelecido para solucionar os problemas em questão e evitar prejuízos ainda maiores para ambas as partes. A situação permanece sob acompanhamento e análise das autoridades competentes.