Trabalhadores da Avibras ocupam pátio da fábrica em Jacareí após 11 meses sem salários; greve já dura um ano e meio

Na manhã desta quinta-feira (14), trabalhadores da Avibras, empresa renomada na fabricação de armamentos militares localizada em Jacareí, interior de São Paulo, tomaram uma atitude radical ao ocupar o pátio da fábrica. A decisão foi motivada pela recusa da diretoria da Avibras em permitir que os metalúrgicos realizassem uma assembleia no local.

Com 11 meses de atraso nos salários, os operários estavam esperando por uma reunião entre a empresa e o Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos e Região, marcada para o mesmo dia, que foi posteriormente desmarcada. Diante da situação crítica em que se encontram, os trabalhadores optaram por ocupar o pátio da fábrica como forma de protesto e pressão para que a empresa encontre uma solução para o problema.

O presidente do sindicato, Weller Gonçalves, destacou a angústia dos trabalhadores diante do constante desrespeito por parte da Avibras. Trabalhadores altamente qualificados estão há quase um ano sem receber salários, o que os levou a buscar alternativas informais para garantir o sustento de suas famílias.

Fundada em 1964 e integrante da Base Industrial de Defesa do Brasil, a Avibras é conhecida por sua produção de armamentos como mísseis, lançadores de foguetes e bombas inteligentes, além de insumos para combustível sólido. A empresa conta com cerca de 1,2 mil trabalhadores, os quais estão em greve há um ano e meio, iniciada devido aos constantes atrasos nos pagamentos.

A dívida total da Avibras, que alcançava R$ 376 milhões até abril do ano anterior, resultou em um pedido de recuperação judicial em março de 2022. Essa medida levou à demissão de 420 colaboradores, porém, após uma ação do Sindicato, os cortes foram revertidos e os funcionários foram transferidos para o regime de layoff, com suspensão temporária dos contratos de trabalho.

Em resposta aos recentes acontecimentos, a Avibras divulgou uma nota afirmando estar empenhada em seu plano de recuperação e na entrada de um novo investidor estratégico. A empresa se mostra confiante em superar os desafios atuais e resolver as pendências trabalhistas. Porém, repudia veementemente a invasão do sindicato à fábrica, classificando o ato como incoerente e truculento.

Diante da situação complexa e tensa envolvendo os trabalhadores da Avibras e a direção da empresa, a expectativa agora é de que um diálogo construtivo seja estabelecido para solucionar os problemas em questão e evitar prejuízos ainda maiores para ambas as partes. A situação permanece sob acompanhamento e análise das autoridades competentes.

Artigos relacionados

Botão Voltar ao topo